Christian: Problema não vai ser entrar lá, problema vai ser sair. – Dias haviam se passado. Dulce dormia. Christopher velava seu sono, como sempre. Os reis discutiam como ir buscar a condenada flor.
Anahi: Não sei porque vocês vêem isso como um problema. É surpreendentemente simples. – Disse, parecendo entediada.
Christian: Nem todos nós temos o dom de nos embrenhar na escuridão. – Anahi riu.
Anahi: Nem todos nós precisamos ir. – Ofereceu, satisfeita.
Alfonso: Nem pense nisso. – Cortou e Anahi suspirou, cruzando os braços. – Voltamos ao ponto inicial.
Dulce: Eu vou. – Disse, e Christopher a olhou. Ele ergueu a sobrancelha e levou as mãos, fechando os olhos dela.
Christopher: Volte a dormir. – Ordenou, e Anahi riu.
Dulce: Me escute. Christopher! – Todos esperaram e Christopher, de mal gosto, tirou a mão – Inventem uma mentira. Como se…
Christopher: Não.
Dulce: Como se eu tivesse ido lá enviar algum recado. – Tentou. – Qualquer mentira.
Christopher: Não.
Dulce: Eu só preciso de uma noite, e estarei de volta. – Completou. Os outros avaliavam, mas…
Christopher: Não. E não é não. – Encerrou.
Dulce: Não seja teimoso. – Pediu.
Christopher: Você nem consegue andar. – Cortou.
Dulce: Conseguirei dentro de pouco. – Rebateu.
Christopher: Já disse: Não! – Exclamou, exasperado.
Robert: Olha essa briga de galinha aqui para não quebrar meus ovos. – Interrompeu a discussão. Anahi ria gostosamente.
Anahi: Eu adoro esse castelo. – Disse, divertida, e Alfonso sorriu ao som da voz dela.
Christian: Ela teria uma justificativa. – Observou.
Christopher: Não vou entregá-la nas mãos dele. – Disse, ultrajado.
Robert: Quem está falando em entregar? Ela vai voltar. – Propôs.
Christopher: Não. – Disse, entediado. Dulce rosnou – Quieta. – Ela fechou a cara para ele.
Anahi: Vocês podem me deixar ir. Eu vou e volto ainda hoje. – Se ofereceu, sorridente.
Alfonso: Anahi Portilla, eu disse não. – Cortou, sem se virar para olhá-la.
Anahi: Já fiz isso antes. – Lembrou. Alfonso virou o rosto, e o olhar dele a fez se calar, mesmo a contragosto.
Dulce: Quem vota por mim?
Christopher: Como é a história? – Perguntou, exasperado.
Robert: 4 votos. – Informou.
Christopher: Eu, simplesmente, não vou deixar. – Disse, sorrindo, debochado.
Dulce: E eu, simplesmente, vou fugir. – Rebateu e dessa vez Robert que gargalhou. – Já o fiz uma vez, com sucesso. – Lembrou.
Robert: Eu amo ela. – Comentou. Christopher ainda encarava Dulce, sem palavras.
Alfonso: Está decidido então, ela vai. Porém, senhores, ladies… Em nome de Deus, nosso senhor, não digam isso a ninguém. Se o espião souber Pablo vai saber, e então eu não garanto a volta dela. – Pediu, obvio, e todos assentiram.
Christopher ainda reclamaria, e muito, mas no final perderia para a maioria: Dulce iria. Era o único modo.
Demorou mais três semanas até termos algum progresso. Bia lembrava, freqüentemente, que o pai só tinha mais uma semana em seu acordo.
Foi a essa altura que os médicos liberou Dulce das ataduras, recomendando-a apenas que não fizesse movimentos bruscos na primeira semana. Ela arfou, sentindo-se arder, e ele a olhou, preocupado. Dulce vestia um bustiê e a roupa debaixo, a barriga branca agora exposta.
Christopher: O que? – Perguntou, alarmado.
Dulce: Queima. – Comentou, respirando.
Médico: É de rotina. – Explicou.
Christopher: Mas porque? – O medico hesitou. Não havia explicação para essas coisas.
Anahi: É apenas o sangue correndo solto pela pele. Já vai passar. – Disse, com um livro na mão, parada do outro lado. Dulce e Christopher a olharam – É só sangue, acreditem. -- Tranqüilizou, satisfeita, voltando ao livro.
Os dois ainda a olhavam, meio suspensos… DE ONDE ELA SURGIRA? Dulce olhou pra Christopher e perguntou, muda: Ela estava ali? Mas ele deu de ombros.
Dulce: Está passando. – Disse, respirando fundo.
Anahi: Como eu disse, sangue. – Disse, passando a pagina do livro.
Medico: Bom, pode voltar as suas atividades normais. Sua mão, no entanto, demorará mais algumas semanas. Repouse uns dias, fará bem.
Anahi: É de uma utilidade… – Murmurou, consigo própria, passando os olhos pelas paginas. O medico a olhou – Eu acompanho o senhor. – Se ofereceu, mostrando um sorriso deslumbrante, de aparência afiada.
O medico concordou. Quando ele saiu ela revirou os olhos pra Dulce e Christopher, que sorriram, e saiu dali, fechando a porta.
Dulce se esticou, respirando fundo, e sorriu. Era bom respirar livremente.
Christopher: Graças a Deus. – Agradeceu – Ei, não estique tanto. – Dulce o encarou, incrédula. Ela se deitou novamente, se espreguiçando, obviamente desobedecendo, e ele suspirou – Sempre teimosa.
Dulce: Tens olheiras. – Disse, deitada, observando.
Christopher: Não tenho dormido bem. Remorso não é um sentimento fácil de lidar, e eu o tenho de sobra. – Disse, e tocou o nariz dela – Mas estou feliz de que estejas se recuperando.
Dulce: Não tens motivo para sentir remorso.
Christopher: Não. Apenas alguns… Muitos fatores. – Disse, os dedos brincando com a pele da barriga dela, agora vermelhinha. Sangue.
Dulce: Quantas vezes eu vou ter que repetir… – Perguntou, suspirando, cansada.
Christopher: Cada vez que eu puser os olhos em ti vou sentir remorso pelo que te fiz. Fui um monstro, e você nem era culpada. – Disse, os olhos distantes – É essa história toda. Reis não sentem. Agem com a razão, não com a emoção. Só não sentem. Se um dia eu tiver um filho… Não farei isso com ele, mas a vida fará. É um fardo.
Dulce: Será um ótimo pai, como o é para BIa. – Disse, acariciando a olheira dele.
O carinho entre os dois era natural, acontecia mesmo sem ser planejado. Christopher riu de si próprio.
Christopher: É claro, Bia a propósito está com uma greve de fome para começar na semana que virá. – Lembrou, Dulce riu de leve – Quando você sumiu, ela disse que me odiava. – Disse, e hesitou – Mais um ponto em que eu fracassei: Ser pai.
Dulce: Ela não o odeia, acredite, eu sei. Ela só devia estar com raiva. – Christopher assentiu, quieto. O silencio demorou um minuto inteiro para ser quebrado.
Christopher: Você ainda me ama? – Perguntou, e ela ergueu os olhos, vendo os verde dos olhos dele intenso, encarando-a.
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Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)
RandomA guerra já durava 5 anos. Parecia que a paz jamais ia retornar, e as lembrança dela já eram tão distantes que nem pareciam mais ser reais. Quando tudo começou, Dulce ainda era menina. Não entendera direito. O rei Pablo envenenara a esposa do rei C...