capítulo 176

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Dias depois...

Dulce: Você é impossível! Não pode deixá-la presa! – Disse, exasperada. Dulce usava uma camisola solta, branca. Christopher calçava os sapatos.

Christopher: Tanto posso que estou deixando. – Disse, cansado. Tinham essa discussão todo dia – Bia me desobedeceu, e deve ser punida. – Ele trocou o pé, apanhando o sapato no chão – E não se exalte assim, não vai lhe fazer bem.

Dulce: Punida até quando? – Ele não respondeu – Christopher!... Amor, me escute. – Ele riu de leve da tentativa dela de ser dócil – Ela já foi privada de tudo por tanto tempo.

Christopher: Amor... – Ele se virou pra ela – Não. – Disse, achando graça. Dulce perdeu a paciência.

Dulce: Vou mandar que arrombem a porta. – Avisou, em um rosnado. Ele ergueu as sobrancelhas.

Christopher: Será tua ordem contra a minha. Eu acho que sei qual eles vão obedecer. – Disse, indo até ela e lhe dando um selinho.

Dulce: Eu mesma vou arrombar a porta. – Christopher parou e virou o rosto pra ela, sorrindo.

Christopher: Adoraria vê-la tentar. – Disse, fazendo biquinho. Antes que ela respondesse, ele acrescentou – Anahi não irá ajudar. Alfonso a proibiu de se envolver em nossos problemas pessoais. – Dulce suspirou, derrotada.

Dulce: Ela vai sair do quarto. – Disse, em tom alto.

Christopher: Não, não vai. – Disse, fechando os botões do colete aberto.

Dulce: A FILHA É MINHA! – Gritou, no auge da raiva. Christopher ergueu as sobrancelhas, sorrindo em seguida.

Christopher: Eu sei. Mas é minha também. Se deite um pouco, tente descansar. – Aconselhou.

Dulce: Deixe apenas que ela veja os bebês. – Intercedeu, sabendo que era inútil.

Christopher: Não vou mais discutir isso. – Abafou, beijando a testa de Dulce. Houveram batidinhas na porta do quarto – Entre. – A porta se abriu, e Anahi entrou.

Dulce: Christopher, o sol não vai ficar negro. – Grunhiu, raivosa.

Anahi: Interrompo? – Perguntou, com um pé pra fora.

Christopher: Papai já vai, meus amores. – Disse, baixando o rosto no berço dos bebês. O berço era de metal e ouro trançado, um quadrado acolchoado, com uma cortina fina de renda (agora aberta) por cima. Era grande, espaçoso. Os bebês o olharam – Ambos abriram os olhos dias depois do nascimento. Eram de um castanho claro, perturbador, exatamente como os da mãe. Contrastava com os cabelos escuros e a pele clara. Encantadores. – Dá o beijo. – Ele deu um beijo estralado em cada um. Melisa riu de leve, sapeca.

Dulce: Christopher. – Rosnou.

Christopher: Bom dia, Anahi. – Cumprimentou, saindo.

Dulce: ARGH! – Gritou, furiosa, passando a mão nos cabelos.

Anahi: Qual o problema? – Perguntou, observando.

Dulce: Christopher é o problema! – Disse, irritada. Então suspirou – No episódio com Matt, ele colocou Bia de castigo, no quarto. O castigo duraria até que o sol ficasse negro.

Anahi: Eu não acho que vá ficar. – Disse, franzindo o cenho – Mal tem sol aqui, pra começo de conversa.

Dulce: Esse é o ponto. O problema é que Bia o desafiou diante de todo o reino, e Christopher é orgulhoso, quer que ela pague. Mas isso tudo já faz tanto tempo... Ela nem viu os irmãos ainda. Argh. – Disse, se sentando – Onde estão as outras? – Perguntou, tentando se acalmar.

Anahi: Vindo. – Disse, indo até o berço dos bebês.

 Ela os observou brevemente, então apanhou o bracinho de Melisa, puxando a manga do macacão, descobrindo o bracinho. Ela levou o nariz até o pulso da menina, sentindo o cheiro... Estava limpo. Melisa riu com o frio do toque de Anahi, duas covinhas aparecendo em seu rosto. Ela sorriu, puxando o braço do macacão pro lugar, e repetiu o movimento com Arthur. O menino a observou, com uma dignidade que chegava a ser engraçada. Lembrava Christopher, quando estava desconfiado.

Dulce: Que está fazendo? – Perguntou, se aproximando, observando. Anahi soltou o braço do menino. Já havia verificado antes, mas quis fazer de novo; ter certeza de que seu sangue já saíra do sistema dos bebês, estavam limpos.

Anahi: Apenas olhando. – Disse, se virando – São bebês fortes. – Disse, caminhando até a cama.

Dulce: Eu sei. – Disse, sorrindo pros bebês – No dia em que nasceram eram tão fracos, tão pequenos... Cheguei a ter medo. – Ela balançou o rosto, afastando a possibilidade – Mas aqui estão, meus pequenos milagres. – Disse, afagando o rosto de Arthur. O menino sorriu pra mãe.

Anahi: Adoro milagres. – Disse, sorrindo – Tem se tornado tão comuns ultimamente... – Comentou consigo própria.

Dulce: Hum? – Perguntou, se virando.

Anahi: Nada. – Disse, sorrindo – Fico feliz que estejam fortes. – Dulce assentiu.

Dulce: E tu? Não pensas em ter um? – Insinuou, e Anahi riu.

Anahi: Bom, Dulce. As mulheres da minha... Da minha família, não podem ter filhos. Eu fui um acidente. Um milagre.

Dulce: Sério? – Perguntou, condoída.

Anahi: Sério. Vem da família de meu pai... Bom, ele encontrou uma mulher, minha mãe, e ela teve a mim. Apenas a mim. Morreu no parto. Não conheci ninguém da família dela, mas todas as mulheres da família de meu pai são inférteis. Como disse, mulheres como eu não foram criadas pra ser mães. – Disse, dando de ombros.

Dulce: Alfonso sabe? – Perguntou, e Anahi assentiu.

Anahi: Pessoas como eu... Bom, não podemos ter filhos. – Disse, dando de ombros – Mas adoramos tentar. – Disse, e piscou. Dulce riu.

No corredor de baixo...

Maite: Que seja então. – Abriu mão, e Kristen assentiu. Então se bateram com Matt. Ele vinha trabalhando no castelo, e estava na parte interna repondo a lenha das lareiras dos quartos. – Olá. – Disse, simpática. Matt pousou o carrinho que empurrava.

Matt: Altezas. – Disse, se curvando.

Maite: Como vai sua esposa? – Perguntou, as mãos as costas. Matt sorriu.

Matt: Muito bem, majestade. Estamos aqui no castelo, mas não demorará para que eu consiga nossa própria casa. – Disse, sorrindo. Maite observava com um sorriso de canto no rosto.

Maite: Tudo bem. Se ela precisar de algo, com a gravidez, por favor, não hesite em pedir ajuda. – Ofereceu.

Matt: Obrigado, alteza. – Disse, grato. - Com licença. – Ele apanhou o carrinho e sumiu pelo corredor. Kristen observava, sorrindo. Maite ergueu a sobrancelha pra ela em uma pergunta muda.

Kristen: Os olhos dele são tão azuis! – Disse, jogando a cabeça pra trás – Eu adoraria... – Interrompida.

Robert: O olhos de quem são azuis, Kristen? – Perguntou, subitamente atrás dela, olhando-a. Maite se sobressaltou, Kristen não. Ela se virou pro marido, sorrindo.

Kristen: Quem mais? – Perguntou, passando o dedo na região abaixo dos olhos dele.

 Os olhos de Robert eram os mais claros que qualquer um ali já havia visto. Ele ergueu a sobrancelha e ela sorriu, enlaçando os braços no pescoço, beijando-o em seguida. Ele sorriu dentre o beijo, abraçando-a pela cintura. Maite tinha uma careta no rosto, como se tivesse sido esbofeteada do nada.

Maite: Eu não mereço. – Disse, saindo dali. Robert e Kristen riram de leve, mas ele se afundou mais no beijo dela, e nada mais foi dito.

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora