capítulo 46

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Na manhã seguinte…

Christopher acordou aos poucos, e se virou. Pela primeira vez em mais de 5 anos havia alguém na cama. O braço dele buscou o corpo frágil de Dulce, abraçando-a.

Ele abriu os olhos, vendo Dulce dormindo do seu lado, os cabelos escuros caídos a sua volta. Ele apanhou um dos cachos, menos vivos do que costumavam ser no dedo e enrolou, tentando modelá-los… Quando soltou voltou ao normal. Ele revirou os olhos.

Robert: Christopher, trate de acordar, eu quero saber se… – Robert entrou no quarto, e parou na porta com a cena. Dulce e Christopher abraçados, cobertos até a cintura, ela de espartilho, dormindo – Curioso. – Disse, prestes a cair no riso.

Christopher: A porta não estava trancada? – Robert ergueu a mão com um molho de chaves, ainda admirando a cena – Ótimo. – Christopher trouxe Dulce mais pra si, na defensiva. Dormindo, ela acolheu o braço dele em sua cintura, a mão o segurando suavemente.

Robert: Pelo visto você está bem. – Disse, cruzando os braços.

Christopher: Perfeitamente. Quer dar licença? – Perguntou, exasperado.

Robert: Quem diria, vossa alteza… – Disse, os olhos claros sondando o rosto de Christopher – Tu realmente te apaixonaste pela criada. – Concluiu, intrigado.

Christopher: É assunto seu? – Perguntou, na defensiva, puxando ainda mais Dulce pra si. Mais um pouco e desmontaria a pobre.

Robert: Mas é claro que não. – Disse, divertido – Com sua licença. – Disse, debochado, se curvando. Christopher revirou os olhos. Robert saiu, fechando a porta, e o riso dele foi audível até dentro do quarto.

Ele olhou o rosto dela, que ainda dormia tranquilamente. Se lembrou da voz dela, afogada, gemendo seu nome, há apenas algumas horas. Ele sorriu, afundando o rosto no pescoço dela, beijando-a. Dulcre despertou, se espreguiçando, manhosa, e sorriu também.

Christopher: Bom dia, anjo. – Murmurou, beijando o rosto dela docemente.

Dulce: Bom d… Dia? – Perguntou, arregalando os olhos. Christopher ergueu as sobrancelhas.

Dulce olhou em volta. A claridade da luz do dia entrava pela janela fechada, e o perfume de orvalho denunciava que já amanhecera.

Christopher: Algo vai mal? – Perguntou, olhando pra janela, sem entender.

Dulce: Claro que vai mal, como eu vou sair daqui? – Perguntou, se sentando. Ela puxou o lençol para se cobrir. Christopher riu, deitando no travesseiro – Não ria! Eu deveria ter ido embora assim que você dormisse, que diabo! – Disse, aflita.

Christopher: Eu tenho roupas. Posso emprestar. – Brincou, dando um beijinho no ombro dela.

Então imaginou Dulce vestindo suas roupas e gargalhou gostosamente, voltando ao travesseiro.

Dulce: Eu pareço estar brincando? – Perguntou, ultrajada. Christopher estava ficando vermelhinho pelo riso – Como vou sair daqui, Christopher? Não posso simplesmente desfilar por ai de roupão! – Ele demorou um instante pra conseguir pegar fôlego.

Christopher: E eu tampouco o permitiria. Só eu posso vê-la, só eu posso tocá-la… – Disse, apanhando o rosto dela com a mão. – Só eu. – Impôs, e viu o bico com que ela ficou. – Não fique assim. – Disse, beijando o bico dela. – Passará o dia aqui comigo, cuidando de mim. – Avisou.

Dulce: O dia inteiro? – Perguntou, erguendo a sobrancelha.

Christopher: E a noite inteira. – Disse, e ela riu. Ele a puxou deitada novamente, mordendo-lhe a orelha – Você se ofereceu para o trabalho.

Dulce: Aceitaria que outra o fizesse em meu lugar? – Perguntou, afastando o rosto do dele, falsamente indignada.

Ele sorriu vendo o jeito de menina dela novamente em seu rosto. Ele prontamente montou uma expressão de inocente acusado pro rosto.

Christopher: Longe de mim. – Disse, e ela ergueu a sobrancelha.

Dulce: Vá, se vou cuidar de ti, vá pro banho. – Disse, tentando por a cabeça em ordem – Eu vou olhar teu curat… – Ele a beijou.

Dulce suspirou e aceitou o beijo dele. Em poucos instantes Christopher, se amparando no braço e ignorando bravamente a dor, passou pra cima dela. Dulce deixou a boca dele, segurando seu rosto.

Dulce: O que eu faço com você? – Perguntou, encarando-o. Christopher se acomodou de modo em que a fisgada da linha no ferimento parou.

Christopher: Apenas me ame. – Disse, passando a mão no rosto dela, tirando os cabelos – Me ame e todo resto será relevante. – Concluiu.

Dulce: Eu amo. – Disse, encarando-o.

Christopher: É só do que eu preciso. – Disse, antes de beijá-la novamente. Ela retribuiu, novamente… Era tudo o que sabia fazer. Mas ele interrompeu o beijo – Antes… Algo que está me incomodando. – Ela franziu o cenho, sem entender.

Entendeu quando ele apanhou seu corpete pelo decote com uma mão, puxando-o, e conseqüentemente rasgando-o. Christopher se divertiu removendo aquela peça como um cachorro se diverte ao encontrar um osso.

Por fim ele, satisfeito, a beijou novamente. Ela retribuiu o beijo, enlaçando as mãos no pescoço dele, entregando-lhe o corpo e a alma.

Logo não havia mais nada pra ser dito.

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora