capítulo 72

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 A felicidade que habitavam em Dulce foi substituída por um pânico sem precedentes. Ela procurou, e procurou, e não encontrou. Não era alucinação, ela tinha visto.

A situação piorou quando Alfonso tirou Aanhi para dançar: As pessoas que estavam no salão de dança saíram, sentando-se em seus lugares, e Dulce não podia ficar de pé, dando bandeira, em frente a todos.

Ela  viu Alfonso oferecer a mão a esposa que sorriu, apanhando a mão dele. Viu os dois descerem a escadaria, se posicionando um em frente ao outro no meio do salão.

Então se sentou, o coração em duras marteladas. Iria morrer. Iria morrer essa noite. Ela viu Alfonso e Anahi começarem a valsar elegantemente no meio do salão, e sua visão se desviou até Christopher. Este estava sentado em seu trono, conversando algo com Robert tranquilamente.

Quando, por fim, a valsa de Alfonso e Anahi terminou, o barulho ensurdecedor das palmas assustou Dulce a ponto de quase fazê-la pular. Os dois sorriram um pro outro e voltaram pra plataforma.

Aos poucos tudo voltou ao seu lugar e Dulce voltou a procurar. Passou-se uma hora assim. Ela achava que ia desmaiar. Se amparou em uma mesa, em um canto, respirando fundo. Pânico nunca resolvera nada.

Quando por fim, aparentemente se regularizara, se virou... Para dar de cara com quem procurava.

Pablo: Tenho a impressão de que está procurando por alguém. – Comentou, tranqüilo, de braços cruzados frente a ela.

Os olhos de Dulce entraram em choque. Estava mesmo ali, em frente a ela, falando com ela. Ela ia morrer. Mas como tudo que está ruim pode piorar...

XXXX: E agora a corte real! – Anunciou em voz alta.

Christopher: Dulce! – Chamou, a voz se aproximando. Pablo sorriu vendo o desespero no rosto de Dulce – Venha, dance comigo. – Disse, se aproximando, e pegando o braço dela.

As vezes a sorte gosta de pregar peças. Christopher estava tão distraído que não viu que Dulce conversava com um homem. Não viu quem era o homem.

Christopher: Cariño, está gelada. – Comentou, estranhando – O que há? – Perguntou, olhando o rosto dela, preocupado.

Pablo sorria, debochado, de braços cruzados. Dulce ia ter uma sincope. Se Christopher se virasse, se olhasse para trás, se visse de relance...

 

Dulce: Acho que foi o champanhe. – Mentiu, montando um sorriso no rosto.

Christopher: Está se sentindo mal? – Perguntou, ainda mais preocupado. Christopher zelava por Dulce como a se próprio, talvez mais. – Há uma sala nos fundos, posso ficar com você até que melhore. – Pablo ergueu as sobrancelhas, ainda sorrindo.

Dulce: Não. Vamos... Vamos dançar. – Disse, apontando pra corte que se formava. Christopher a encarou, sondando-a. Havia algo errado. – Venha. – E ela puxou ele, fazendo-o sair dali sem olhar pra trás. Por sorte.

Christopher pegou a mão de Dulce, guiando-a. Eles passaram por toda a corte, se posicionando a sua frente. Eram quarto casais: Robert e Kristen na ponta esquerda, Anahí e Alfonso, Christopher e Dulce, Christian e Maite fechando na ponta direita.

A musica começou a tocar, assim como todos a dançar. Era uma espécie de quadrilha, os movimentos de todos eram iguais, nada muito diferente. De vez em quando os casais se trocavam. Quando Dulce foi parar nos braços de Robert, este ria.

Dulce: Qual a graça? – Perguntou, hesitante. Os dois dançavam sutilmente, seguindo os outros. Rodopiaram por Christopher e Kristen, que dançavam com cortesia.

Robert: Fora tu estares da temperatura de Anahi? – Perguntou, e Dulce esperou – Nada. Só que ele deve gostar muito de ti para trazê-la aqui. – Dulce sorriu, quieta – Está passando mal? – Perguntou, franzindo o cenho.

Dulce: Não é nada demais. – Tranqüilizou, e ele assentiu. Então os casais se destrocaram e ela voltou para os braços de Christopher – Acha que vai demorar muito para acabar?

Christopher: É o primeiro baile ao qual tu vens? – Dulce assentiu. Costumavam haver bailes na época de Rubi, por isso a pergunta – Em geral levam até o amanhecer, cariño. – Respondeu, e Dulce sentiu o estomago embrulhar. Não passava da meia noite. – Ainda se sente mal?

Dulce: Vai passar. – Respondeu, e graças aos céus nessa hora as damas da pista giraram, rodopiando, o que evitou que Christopher visse os olhos dela.

O som das abas dos vestidos rodopiando abafou o soluço seco que ela emitiu.

Enfim a quadrilha terminou. Os casais, na posição inicial, se inclinaram, agradecendo os aplausos. Dulce se perguntava se entregar-se e morrer logo não seria melhor que essa agonia. Talvez fosse.

Dulce rodou incansavelmente. O que era pra ser a noite perfeita terminou sendo seu pior pesadelo. Era madrugada.

Ela não agüentava mais. Christopher viu ela encarando-o e pediu licença, se aproximando. Ele sorria. Que pena.

Dulce: Christopher... Ele está aqui. – Disse, a voz falha em seu pânico.

Christopher: Ele quem, cariño? – Perguntou, arrumando a mascara dela.

Dulce: Pablo. – A voz dela estava tão sofrida que era quase imperceptível. Quase. Ela viu ele empedrar no momento em que ela proferiu o nome.

Christopher: Como pode saber? – Perguntou, a fúria substituindo a alegria que estava no rosto dele.

Dulce: Eu vi. Me bati com ele. – Ela respirou fundo – Está de preto, usa uma m-mascara...

 

Christopher: Você tem certeza? – Perguntou, sondando os olhos dela.

Dulce: Absoluta. – Confirmou, se entregando aos leões – Ele está aqui.

Christopher: Não vá para lugares vazios. – Ordenou e deu as costas, saindo.

Dulce nem se moveu. Que Deus tivesse piedade dela. Christopher subiu as escadarias a passadas largas. Foi até o canto onde robert, Alfonso e Christian estavam e disse algo rapidamente.

Os olhares de alerta foram imediatos. Alfonso perguntou algo que Dulce interpretou como: "Tem certeza?", e Christopher confirmou. Alfonso se levantou, em seguida, e foi até Aanhi, apanhando-a sutilmente pelo braço. Anahi a olhou, indagadoramente, mas ele apenas negou com a cabeça, tirando-a dali.

Depois que as rainhas foram tiradas dali, Dulce viu soldados entrando discretamente no salão. Dulce se abraçou, vendo todos se dispersando, procurando. Passou-se bem uma hora. Ela queria ir pra casa. Queria estar em sua cama, com Christopher em seus braços, e saber que tudo estava bem.

Saiu caminhando, tentando se acalmar... Sem perceber que estava se afastando. Terminou em um canto afastado, perto da saída, onde estavam as carruagens.

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora