capítulo 162

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Bia, surpreendentemente, se engajou no enxoval do irmão, o que fez Dulce e Anahi colocarem ela na carruagem que saiu na frente, com Maite e Kristen. Anahi parecia distante, pensativa.

Dulce: Está tudo bem? – Perguntou, estranhando. Anahi a encarou e assentiu. Ambas esperavam a carruagem parar na frente do castelo.

Christopher: Ei. – Disse, descendo a escadaria. Ele tinha o manto dela nas mãos. Enquanto o de Anahi (que já o vestia) era negro, o de Dulce era da cor do vestido. Christopher passou o manto em volta do ombro dela, abotoando-o. – Tome cuidado. – Advertiu mais uma vez, quando a carruagem parou. Christopher ajudou ela a subir na carruagem. Anahi entrou sozinha. Ele fechou a porta e passou a frente, pra falar com o cocheiro. Sua voz era ameaçadora – Dê um único tombo ou sacudida nessa carruagem, e eu vou mandá-lo a forca. – Avisou – E não corra.

Cocheiro: Sim, alteza. – Confirmou e Christopher se afastou.

Robert: Sabe... Você precisa parar com isso. – Disse, enquanto Christopher observava a carruagem se afastar.

Christopher: Me deixe em paz. – Murmurou, saindo dali.

Uma vez na carruagem, ao se afastarem do castelo... Dulce estava muito bem, mas Anahi parecia observá-la. Então, não se contendo, e como quem não quer nada, questionou.

Anahi: Como... Como está se sentindo? – Dulce ergueu a sobrancelha.

Dulce: De todas as pessoas que eu pensei que Christopher fosse pôr para me vigiar, você foi uma das ultimas que eu imaginei. – Respondeu, achando graça.

Anahi: Não. – Corrigiu – Não digo apenas agora. Na gravidez, em um sentido geral. – Dulce abaixou a cabeça, olhando a barriga, e a abraçou, inconscientemente.

Dulce: Ah. Bom, meu bebê é grandão. – Disse, lembrando de como Christopher chamava o filho – Fora isso é tudo normal. Eu tenho sono, enjôo com tudo, as vezes desmaio. Minha coluna dói, meus pés incham com facilidade, meus seios estão doloridos pelo leite... Nada demais. Porque? – Perguntou, insinuando – Por um acaso...

Anahi: Não. Não vai crescer uma melancia na minha barriga tão cedo, acredite. – Dulce riu, divertida – Curiosidade, apenas. – Ela parou por um instante – Você não sente nenhuma dor... Dor na cabeça, ou no peito, nada assim?

Dulce: Não. – Disse, confusa – Eu deveria?

Anahi: É claro que não. – Disse, sorrindo de canto.

Anahi voltou a ficar pensativa, e Dulce resolveu não interromper. A carruagem real tinha seis cavalos presos nela, todos pretos. A viagem não demorou muito; elas só iam a uma loja, pra variar um pouco. Quando a carruagem parou houve um pequeno alvoroço. dulce tentou abrir a porta, mas alguém segurou.

Cocheiro: Só um instante, alteza. – Pediu, a voz vindo do lado de fora.

Dulce: O que há? – Perguntou, estranhando.

Anahi: A noticia de que estamos vindo pra cá deve ter vazado. – Disse, tranqüila – Sem contar que Kristen, Maite e Bia já devem ter passado. Não é nada demais.

E foi verdade. Alguns instantes depois o cocheiro abriu a porta. Soldados haviam dado as mãos, fazendo uma corrente, como um corredor largo, afastando os súditos.  Anahi saiu da carruagem elegantemente, ajeitando a capa nos ombros, mas Dulce teve dificuldade. Tinha medo de tomar um esbarrão, qualquer coisa que machucasse o bebê. Christopher teria concordado.

Anahi: Ajude-a. – Ordenou, e o cocheiro deu a mão a Dulce, que agradeceu, descendo lentamente da carruagem.

Dulce: Estou retardando-a, não é? – Perguntou, sem jeito. Anahi sorriu.

Anahi: Retardando? Quem? – Brincou, e Dulce sorriu – Vamos, está frio aqui. – Disse, quando a carruagem saiu.

Dulce assentiu e elas caminharam um passo, mas o alvoroço se fez mais alto. Todos queriam ver a barriga de Dulce, ninguém havia visto a gestação dela ainda. Haviam fotos, e as pessoas se espremiam. 

Dulce parou por um instante para acenar delicadamente para todos, o que causou uma onda de gritos, e Anahi sorriu, sem acenar para ninguém, mas sendo simpática. Por fim elas entraram na loja, e a segurança barrou a entrada.

Mais tarde, naquele dia, 'fotos'de Dulce e Anahi juntas, assim como as que foram tiradas de Bia, Kristen e Maite anteriormente, estariam circulando nos folhetins, em destaque, mesmo sendo preto e branco. E longe dali, alguém se daria ao trabalho de ler a noticia. Pablo observou o sorriso radiante de Bia, de mãos dadas com Maite e kristen, a pequena coroa nos cabelos, mas sua atenção foi chamada para outra coisa.

FLASHBACK

Dulce lavava roupas. Ela, a mãe, e várias outras mulheres, na beira do rio. Usava os vestidos que as mulheres usavam para lavar roupas, sem espartilho, só uma camada de um tecido fino, que facilitava com o calor.

 Ele se deleitou vendo os seios fartos decalcados no vestido fino, as coxas delineadas expostas (Dulce estava agachada, logo suas pernas estavam de fora), os cabelos presos de qualquer jeito em um coque. Era uma das mulheres mais lindas que já havia posto os olhos, Deus havia sido generoso com seu corpo.

 Enquanto ele observava ela conversava com a mãe, então algo a fez rir, um riso gostoso, sincero. O que ela tinha de bonita tinha de inocente. Pablo riu consigo mesmo, negando com a cabeça, então parou de perder tempo observando e voltou pro castelo, já pensando em outra coisa.


FIM DE FLASHBACK

Pablo: Aberração. – Condenou, olhando o ventre dela, antigamente rígido, agora enorme. O folhetim dizia que ela estava chegando aos 6 meses, mas a barriga dela já tinha o tamanho de 9. Ele largou o folhetim, com nojo, passando a mão no cabelo – Onde aquele desgraçado está? – Rosnou.

"Aquele desgraçado" estava lá como fora mandado. Nas redondezas do castelo de Christopher, esperando o momento certo. Chegaria em poucas horas.

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora