capítulo 127

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O dia estava frio. Todo o reino estava reunido em frente ao castelo. Um palco fora montado em frente as escadarias. Haviam 8 tronos ali. Os primeiros a chegar foram Christian e Maite, seguidos por Robert e Kristen, logo por Christopher, por ultimo Alfonso e Anahi. Apenas um trono ficou vazio. A cada vez que alguém chegava, todos se curvavam. 

Christopher, sentado no trono do centro, tinha um sorriso de canto no rosto. Todos aguardavam, sem fazer ideia do porque haviam sido convocados ali. Até a guerra havia parado para esse anuncio; Apenas permaneceram guardas nas fronteiras . Christopher quis o máximo de pessoas possíveis.

Bia: Estou nervosa. – Disse, passando a mão no vestido. Seu vestido era rosa, delicado, e as luvas eram de renda branca. Ela estava pálida.

Dulce: Não vejo porque. Está linda. É a princesa. – Disse, dando de ombros. Bia sorriu. Dulce usava seu vestido de criada, cinza e branco, e tinha os cabelos presos no tradicional rabo de cavalo baixo. Ela puxou a aba do vestido de Bia, olhando as sapatilhas brancas, delicadas – O sapato está machucando? – Perguntou, e Bia negou – Sente algo?

Bia: Fora a vontade de sair correndo? – Perguntou, apertando as mãos, e Dulce sorriu, beijando-lhe a testa.

Dulce: Vai ficar tudo bem. – Prometeu – Eu vou lá fora espiar pra você, certo? – Bia assentiu, ansiosa.

Dulce sorriu, caminhando até a plataforma, pela lateral, espiando escondida pela sombra do trono de Maite. Ela arregalou os olhos. Havia gente até o horizonte, de todos os lados, pessoas paradas, olhando. Ela tentou contar, mas não havia como. Até a linha do horizonte, e além, haviam pessoas. Ela respirou fundo, procurando se acalmar.

 O reino todo estava ali, era gente demais, não cabia no alcance dos olhos. Ela olhou para Christopher, mas ele olhava para frente. Dulce observou. Era a primeira vez que via Christopher usando a coroa. Ela sabia que, se estivessem a sós, ela riria dele. A coroa dele era de prata, com algumas pedras que ela não podia distinguir pela distancia, envolvendo a cabeça a partir da testa. Ela olhou em volta. Todos os reis usavam coroas. Diferentes, é claro, mas todos usavam. 

As rainhas também. As delas eram mais delicadas, cada uma a seu formato. A de Anahi tinha diamantes cravados, Dulce reconhecia pela cor e pelo brilho. Se prendia na raiz dos cabelos castanhos, e era grande, bonita. Prendia a visão. 

Todos estavam muito bem vestidos. Anahi de preto, como sempre. Kristen de vermelho e Maite de azul turquesa. Os reis usavam ternos longos, negros, tudo muito luxuoso. Até que Christopher se levantou. Havia uma pequena caixa preta no trono vazio ao lado dele. Dulce tropeçou de volta, correndo pra Bia.

Bia: E então? – Perguntou, ansiosa.

Dulce: Er... Vai ficar tudo bem. – Disse, tentando conter o rosto.

Bia: Venha comigo. – Pediu, agarrando a mão dela. Dulce arregalou os olhos.

Dulce: Não posso, está louca? – Perguntou, exasperada. Mas a voz de Christopher soou. Silencio total se fez.

Dulce olhou em direção ao "palco". Christopher estava de pé, bem na frente, com as mãos as costas, e todos observavam atentamente.

Christopher: Creio que todos nós conheçamos as bases da guerra em que vivemos. – Começou, sério. – Há seis anos minha... – A boca dele amargou – Minha esposa, Rubi, foi assassinada. Minha filha sobreviveu, porém jamais pôde andar. – Todos esperavam. Todos conheciam aquela história, onde ele queria chegar? – Eu tentei de tudo, desesperadamente, e me vi como um pai frustrado. Não consegui ajudá-la. – O silencio reinou – Quando eu achei que tudo estava perdido, entretanto, um raio de luz nos alcançou. – Ele sorriu consigo mesmo – Houveram controvérsias, problemas, desentendimentos, mas não se pode tapar o sol com a mão. A luz chegou até mim, até minha vida, até meu castelo... Até minha filha. – Ele sorriu novamente, e respirou fundo – Então hoje eu os chamei aqui pois tenho considerações e apresentações a fazer.

Bia se agarrou ao braço bom de Dulce, que nem sabia o que fazer. Era demais pedir a uma criança para encarar aquilo.

Christopher: Em primeiro lugar, lamentavelmente com seis anos de atraso, eu quero lhes apresentar vossa princesa. – Ele se virou e franziu o cenho vendo Bia agarrada em Dulce. Dulce o explicou com um olhar e ele entendeu. Caminhou até a escadaria e estendeu a mão pra Bia, que não conseguiu se mover. Dulce apanhou a mão dela, levando-a até o pai. Bia pegou a mão de Christopher, e respirou fundo, sorrindo. Um murmúrio começava a nascer entre o povo. Christopher caminhou com Bia até a beira do palco, e um silencio violento se abateu – Esta é minha filha, Bia Uckermann, a princesa herdeira de meu trono. – Encerrou, e sorriu para filha.

Todos olhavam a menina de pé. Era um milagre. Então um rugido nasceu e a multidão estava gritando, batendo palmas, comemorando. Bia se assustou, mas ele a acalentou, e ela sorriu, se inclinando brevemente para agradecer os aplausos.

 Christopher se afastou por um instante, apanhando a caixa negra e abrindo-a. Havia uma coroa ali. Pequena, delicada, mas ainda assim uma coroa. Dulce observava tudo. Quando Christopher se voltou para Bia, levando a coroa, todos os reis e rainhas, ainda batendo palmas, se levantaram em reverencia. 

Bia sentiu a coroa delicada tocando-lhe os cabelos, e sorriu para o pai. Os aplausos aumentaram. Dulce batia palmas, sorrindo. Até que Christopher pediu um pouco de silencio, e os aplausos cederam.

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora