capítulo 124

302 17 0
                                    

O sentimento que havia entre os dois parecia se fortalecer mais a cada minuto. Dulce se perguntava se aquele frenesi nunca passaria. Só de sentir os braços dele, ou até mesmo seu perfume, ela se sentia segura, em paz, feliz. Ela o abraçou pelo pescoço, tendo cuidado para não machucá-lo com o gesso, entregando-se de boa vontade.

Christopher suspirou com a receptividade dela, satisfeito. Essa sim o queria, o amava. Podia ver em seus olhos, em sua voz, no modo como ela se estreitava no abraço dele, como se não quisesse mais vê-lo partir. Só que...

Bia: Nem no meu leito de morte vocês dois param com isso? - Perguntou, observando. Dulce e Christopher se separaram, sobressaltados, e ela sorriu.

Christopher: Ela começou. - Acusou, brincando, e Dulce ergueu as sobrancelhas, ultrajada. Bia riu.

Dulce: Sente alguma coisa, bebê? - Perguntou, descendo do colo de Christopher.

Bia: Meu pé está formigando, só, eu acho. - Disse, respirando fundo, então se tocou. Seu pé jamais formigara - Ei, olhe isso! - Disse, novamente chocada.

Christopher: Fique calma. - Pediu, cauteloso.

Bia: Mas está formigando! - Repetiu, como se Christopher não tivesse captado a mensagem direito.

Dulce: Tente mover. Sem expectativas, só por tentar. - Bia assentiu, e haviam três pares de olhos nos pés dela: Um Casatanho, um Preto e um castanho mel.

Bia franziu o cenho delicado, olhando os pés. Aos poucos o pé direito foi se movendo, como se ela desse impulso tentando levantar a perna.

Christopher: Devagar. - Orientou, mas Bia ignorou.

A menina conseguiu dobrar a perna quase até a metade então ofegou, cansada. Dulce levou as mãos a perna dela, apanhando-a.

Dulce: Dói? - Perguntou, flexionando o joelho da menina, dobrando a perna e desdobrando.

Bia: Formiga. Meio que arde. - Disse, parecendo sonolenta.

Christopher: Será que foi pouco? - Perguntou, em um sussurro.

Dulce: Creio que com mais tempo... - Respondeu, no mesmo tom, equilibrando a perna da menina com o gesso da mão - Bia, você... - Ela parou. A pequena caíra no sono outra vez. - Deixe que durma. Vai ficar bem. - Christopher assentiu, preocupado.Dulce apanhou duas das varias almofadas da cama de Bia, e se levantou do colo dele - Venha aqui.

Ela o puxou pro chão. Christopher achou graça; Ela sempre o surpreendia. Se ajoelhou, desabotoando o colete e os pulsos da camisa dele, e lhe tirou os sapatos. Ele observou ela desamarrar seu cinto, divertido.

Christopher: Posso tirar sua roupa também? - Propôs, e Dulce revirou os olhos.

Dulce: Não seja tolo. - Ela o empurrou, fazendo-o cair deitado, com a cabeça no travesseiro. Ele riu. Ela empurrou as sapatilhas de qualquer jeito, e ia deitar, mas ele a deteve - O que?

Christopher: As costelas. - Lembrou, severo. Dulce revirou os olhos - Você não está em condição de reclamar. Ainda estou pensando se devo enforcar você por ter fugido ou não. - Disse, severo, e se sentou. Ela deu as costas, deixando ele afrouxar os cordões do vestido e do espartilho, se era o que queria - Dulce...

Dulce: Hum? - Respondeu, cansada.

Christopher: Uma de minhas adagas sumiu. - Disse, e ela franziu o cenho. Isso era encrenca - Quer explicar?

Dulce: Queria que eu fosse desarmada? - Perguntou, o corpo oscilando pelas puxadas dele.

Christopher: Não queria que você fosse. - Corrigiu. Houve um instante de silencio - Onde está? - Dulce não respondeu. Estava perdida em algum lugar naquele quarto medonho. Christopher interpretou o silencio dela de modo errado - Dulce, você o atacou! - Disse, exasperado.

Dulce: Ele me atacou. - Corrigiu - Tentou me violentar. - Isso desarmou Christopher, o deu nojo - Eu tentei me defender, mas escapuliu da minha mão. A perdi. Terminei usando uma espátula da lareira pra me defender, afinal. - Disse, se virando para olhá-lo.

Christopher parecia meio verde. Só a possibilidade de Pablo ter posto a mão nela, os lábios forçando sua pele...

Christopher: Maldito seja. - Rosnou, enraivecido.

Dulce: Dei na cabeça dele até que desmaiasse. Ele precisava aprender que o único que pode me tocar és tu. - Disse, beijando-lhe sutilmente.Ele sorriu de canto com carinho dela.

Christopher: Venha. - Ele se deitou, puxando-a para o seu peito. Ele observou o modo como ela se agarrou a ele, se acomodando. Gostava disso.

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora