capítulo 94

335 21 0
                                    

Dulce dormiu muito. Christopher não deixava ninguém nem olhar na direção dela, logo era ele que lhe dava os chás, no tempo certo. Mas ela dormia segundos após ser colocada de volta a cama.

Estava pálida, o que destacava as manchas roxas e os inchaços, e os cabelos cacheados estavam soltos a sua volta, nos travesseiros brancos. Christopher estava agoniado.

Christopher: Eu estou aqui. – Disse, segurando a mão dela, que o olhava, sonolenta. Ela tivera convulsões durante a madrugada e chegou a tossir sangue, mas não vomitou. – Qualquer coisa… – Interrompido.

Dulce: É só te olhar. – Completou, sorrindo de canto. – Eu estou tão… – Ela suspirou, olhando pra frente… E dormiu.

Christopher viu aquilo como uma derrota. Ele pôs a mão dela no lugar e se sentou, respirando fundo. Foi quando Alfonso e Anahi entraram, após bater na porta.

Christopher: Porque ela dorme tanto? – Perguntou, angustiado.

Alfonso: Pense nas surras que ela levou e deixe-a dormir. Antes adormecida que morta. – Assinalou.

Christopher: Não tive oportunidade de agradecê-la. – Disse, olhando Anahi. Esta dispensou com o rosto, sorrindo – Porque você me mandou soprar ar para ela? – Perguntou, lembrando-se de como fora lento.

Anahi: Porque acredite, você não ia querer que eu tivesse o sangue dela em meus lábios. – Respondeu, se aproximando da cama, e Alfonso riu gostosamente. Ela tocou a veia do pescoço de Dulce, observando suas feições – Você a alimentou?

Christopher: Ontem a noite. Ela não acordou desde então. – Respondeu.

Anahi: Só está fraca. – Disse, observando – E esse osso está quebrado, alguém não devia ter tomado uma providencia? – Perguntou, apanhando o braço de Dulce sutilmente.

O pulso realmente estava em um ângulo estranho.

Christopher: O médico não disse nada. – Disse, preocupado, olhando.

Anahi: Me dá licença? – Christopher assentiu. Anahichecou os ossos de Dulce rapidamente, braços, pernas, dedos. Apenas um pulso estava partido. – É, apenas o pulso. E duas costelas, se eu não me engano. – Christopher gemeu. Dulce, por sua parte, continuou no mais profundo sono. – Eu acho que tenho algo. Com licença. – E ela saiu.

Christopher: Ela é sempre assim? - Perguntou, olhando Dulce.

Alfonso: Encantadora, não é? – Perguntou, orgulhoso. – Escute. Defenderei você diante da suprema corte. – Christopher o olhou.

Christopher: Defenderá?

Alfonso: Acredito que Robert e Christian também. Você não fez nada, não merece ser punido. – Disse, com as mãos nos bolsos – Eu não entrei nessa guerra para perder. – Resumiu.

Christopher: Você entrou? – Perguntou, admirado.

Alfonso: É divertido aqui. – Disse, tranqüilo, como se isso justificasse.

Christopher: Obrigado. – alfonso assentiu. Nessa hora Anahi voltou. Trazia algo branco nas mãos.

Alfonso: Anahi… Anahi Portilla, em nome de Deus, o que é isso? – Perguntou, confuso.

Anahi: Espartilhos são objetos curiosos. – Disse, se sentando ao lado de Dulce.

Aparentemente Anahi rasgara um espartilho seu, o que lhe dera bastante tecido, e uma espátula de aço. Ela apanhou o pulso de Dulce, pondo a espátula cumprida (ia da mão até perto do cotovelo) debaixo do braço dela.

Dulce se remexeu quando Anahi sutilmente pressionou seu pulso, levando o osso torcido de volta ao lugar. Em seguida atou todo o braço dela com o linho branco, imobilizando fortemente, mantendo a espátula lá.

Dulce havia voltado ao seu sono. No final ficou como engessado, tudo perfeitinho, nem uma linha fora do lugar.

Anahi: Vai funcionar. – Garantiu.

Christopher: Chamarei o médico novamente. – Disse, acariciando a outra mão de Dulce. Alfonso observava Anahi como quem observa um troféu caro.

Anahi: Eu preciso de apoio antes que as costelas dela comecem a se reagrupar fora do lugar. – Disse, parecendo falar consigo mesma. – Alfonso, me ajude?

Alfonso: Sempre. O que quer? – Perguntou, se aproximando.

Anahi passou as duas mãos por debaixo do tronco de Dulce, erguendo-a levemente… Levando as costelas a posição onde deveriam estar. Por fim Dulce gemeu de dor, franzindo o cenho.

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora