Dulce estava, resumidamente, feliz.
Amava Christopher.
Sabia que ele não o correspondia e as vezes aquele sentimento a assustava, mas então a noite chegava e lá estava ele, nos braços dela.
Não estava sobrecarregada de trabalho; Sua tarefa era cuidar de Bia em tempo integral. Ela e a menina já se amavam. Poucas semanas se passaram e toda a insegurança de Christopher desapareceu.
Dulce não faria mal a Bia, pelo contrário, a menina estava a cada dia mais feliz.
Bia: Dulce… – Chamou, sentada em sua cama. Dulce estava catando as bonecas no chão, e a olhou. Christopher parou do lado de fora da porta. Era sempre fascinante observar as duas – Se eu perguntar algo você me conta a verdade?
Dulce: Sempre. – Disse, sem entender.
Bia: Você vai ser minha mãe? – Perguntou, e havia certa expectativa na voz dela.
Pegou Dulce de baixa guarda.
Christopher observava, imóvel.
Viu ela largar a boneca em uma cadeira, se aproximando da cama.
Dulce: Não, bebê. – Disse, se sentando perto da menina – Você já tem uma mãe.
Bia: É, mas eu nem nunca vi ela. Ela não gostava de mim? – Christopher já estava de cara fechada.
Dulce: Ela amava você. Demais. – Christopher esperou.
Bia: E porque ela nunca apareceu? Eu não posso perguntar isso ao papai, ele fica bravo. – Disse, encolhidinha.
Dulce: Porque alguém foi cruel com ela. Mas ela sempre amou você. – Disse, acariciando o rosto da menina.
Bia: Porque você não vira minha mãe? Aposto que meu pai gosta de você. – Disse, travessa.
Dulce: Não repete isso. – Disse, e Christopher sorriu ao ver o pré-panico no rosto dela – Veja, não vou ser sua mãe. Você já tem uma, e deve amá-la assim como ela te amou. Mas posso ser sua amiga. – Disse, sorrindo. – O que quer fazer agora?
Bia: Acho que estou com fome. – Disse, se recostando no travesseiro.
Dulce: Fome? – Bia assentiu – Ainda está longe do jantar… – Ela pensou – Vou ver se trago algo para você lanchar, sim? – Bia assentiu.
Christopher saiu do caminho antes de Dulce sair. Ela sentiu o perfume dele no ar, mas não deu atenção. Foi para a cozinha. Lá preparou uma bandeja para Bia com algumas frutas, suco, e sanduíches. Fazia um pouco mais de um mês que assumira a menina, e só se encantava mais.
Nina: Que está fazendo? – Perguntou, entrando na cozinha.
Dulce: Bia tem fome. – Disse, sem dar atenção. A tempos não deixava nina aborrece-la.
Nina: Não está no horário da refeição dela. – Disse, severa.
Dulce: E ela está com fome, o que quer que eu faça? – Perguntou, revirando os olhos.
Nina: É por isso que ela quis você, porque tu fazes todas as vontades. Parece que isso funciona, tu não trabalha mais, tens um cômodo teu… Só por fazer ‘vontades’. – Disse, maldosa.
Christopher: Eu vi o que você fez. – Disse, e as duas se sobressaltaram. Dulce se virou. – Eu gostei. – Se resumiu.
Dulce: Era o certo. – Disse, sabendo que Rubi não era um assunto do qual ele gostava de falar.
Dulce se virou pra apanhar a bandeja pronta, então o cheiro do suco a apanhou. Ela largou a bandeja, aquilo a causou repugnância.
Christopher: Há algo errado? – Perguntou, confuso. Nina observava, também sem entender.
Dulce: Acho que isso está estragado. – Disse, cheirando o suco. Seu estomago se revirou terrivelmente, mas ela sabia que não podia levar nada estragado até Bia – Não sei, o cheiro…
Nina: Estragado? O suco? – Perguntou, incrédula.
Dulce tomou um gole do suco, provando o gosto. A convulsão veio imediatamente. Christopher olhava a cena, confuso e incrédulo.
Ela largou o copo de qualquer jeito na bandeja e disparou correndo, com a mão na boca. Que iria vomitar era um fato claro. Christopher se aproximou e apanhou o copo.
O perfume do suco de laranja era fresco. Ele bebeu um gole, o gosto estava normal. O rosto dele estava fechado quando ele pôs o copo de volta a bandeja. Nada bom.
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Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)
AcakA guerra já durava 5 anos. Parecia que a paz jamais ia retornar, e as lembrança dela já eram tão distantes que nem pareciam mais ser reais. Quando tudo começou, Dulce ainda era menina. Não entendera direito. O rei Pablo envenenara a esposa do rei C...