capítulo 117

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O cavalo de Dulce passou pelos portões do castelo e ela respirou fundo. Coragem. Ela parou em frente a escadaria principal, e desceu do cavalo.

Felipe: Dulce?! Pelo sangue de Cristo, o que você pensa que está fazendo aqui? – Perguntou, escandalizado.

Dulce: Preciso falar com Pablo. – Disse, os olhos empedrados no jardim a sua volta. Haviam milhares das flores que ela precisava.

Felipe: Falar com Pablo?! Você enlouqueceu?! – Perguntou, incrédulo.

Dulce: Apenas mande avisar que estou aqui. – Disse, olhando as flores.

Foi com os olhos incrédulos que Felipe viu Dulce subir as escadarias e entrar no castelo. Já anoitecia. Ela estava na janela onde mandaram ela aguardar. Não havia nada na sala, apenas uma mesa e a lareira.

Ela olhava pela janela, mas não tinha como ver o castelo de Christopher no horizonte. Ele estava longe, e ela estava só. Ela baixou os olhos do horizonte até o jardim, novamente olhando as flores. Até que…

Pablo: Minha pombinha. – Disse, a voz repentinamente próxima. Dulce respirou fundo e se virou, vendo-o parado no portal da sala – Devo admitir que sua visita me deixou intrigado.

Agora não havia mais volta.

Dulce: Boa noite, Pablo. – Respondeu, quieta. Ele cruzou os braços.

Pablo: Eu me pergunto… Que motivo traria você aqui. – Disse, se aproximando. Ele sorria – Perdeu o juízo?

Dulce: Eu quero fazer um acordo. – Disse, neutra.

Pablo: Pois muito bem. – Ele se encostou na mesa, ainda sorrindo, e a olhou de cima abaixo – O que você tem a me oferecer, Dulce?

Dulce: Eu me ofereço. – Disse, lutando para manter a calma – Essa guerra já perdeu o sentido. Estou aqui, me entrego em tuas mãos, mas desista disso. Sobreviva. – Pablo riu gostosamente, a cabeça pendendo um pouco para trás.

Pablo: Preocupação comigo? – Perguntou, debochado.

Dulce: Por mim tu morres. – Respondeu, sorrindo – Mas amo a Christopher, e quero ele fora do campo de batalha. É minha proposta.

Pablo: Curioso… O que Christopher te disse sobre o dia em que você foi raptada, Dulce'? – Ele viu a confusão riscar os olhos dela brevemente – Oh, ele não te disse que eu estava lá, não é?

Dulce: Se ele não disse é porque não era relevante. – Disse, ainda neutra.

Pablo: Não era relevante que Rubi me amava? Que ela odiava Christopher, e que tinha nojo da aberração que ele plantou em seu ventre? – Dulce franziu o cenho – Não era relevante o fato de que ela o traiu o tempo todo comigo? De que nós íamos fugir? Tens certeza?

Dulce: Bom. – Ela respirou fundo – Isso tudo revela que Rubi tinha um péssimo gosto. Deplorável. Um homem como Christopher não se troca, ela era tola se pretendeu fazer isso. – Pablo ergueu as sobrancelhas – Ele é bonito, rico, gentil, fiel, honesto, carinhoso, atencioso, sem contar que é maravilhosamente bom de cama. – Alfinetou, atrevida.

Pablo: Você cresceu. – Observou, sorrindo. – É uma mulher agora, Dulce. – Completou, observando-a.

Dulce: Ele me fez mulher. – Desafiou, de queixo erguido – Mas eu não sou o assunto principal aqui. Lhe fiz uma proposta. – Pablo tornou a rir.

Dulce via o rosto de Christopher toda vez que piscava os olhos, era isso que a mantinha de pé.

Pablo: Tu crês que vales a guerra, Dulce? Que eu iria desistir por ti? Pelo amor de Deus. – Ele respirou fundo – A guerra não vai acabar, e tu não vais fugir novamente.

Dulce: Isto é uma recusa?

Pablo: É muita audácia sua vir ao meu castelo, me confrontar, insultar a memória de Rubi…

Dulce:… Não insultei, apenas assinalei que ela não tinha bom gosto. Ou que era burra, escolha o que lhe apraz.

Pablo: CALADA! – Ela havia conseguido irrita-lo – Sim, isto é uma recusa. Não, você não vai voltar. E veja só, você ter fugido só me fez bem. Melhorou consideravelmente. – Dulce se aproximou de Pablo, e ele sorriu.

Ela estava próxima dele agora, podia sentir seu hálito, os olhos próximos, e ele sorria, sondando-a.

Dulce: Estarei morta antes de permitir que tu me possuas. Não tendo Christopher como meu homem. – Disse, em um sussurro, encarando-o – Tenho nojo de ti.

Pablo: Estará morta logo após que eu me satisfizer, minha pombinha. – Respondeu, a mão se erguendo para tocar a maxilar dela – Há muito esperei por isso. Temos um assunto pendente. – Lembrou, os olhos dos dois próximos demais, assim como os lábios. Ela podia sentir a respiração dele, quente, em seu rosto.

Dulce: Soube que irá se casar. – Disse, estreitando mais a distancia entre os dois. Mais um milímetro e os lábios se tocariam – Achaste um ser tão desprezível quanto tu, afinal? – Perguntou, sorrindo.

Ela não sabia de onde encontrara coragem, mas sentia prazer naquilo

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora