capítulo 31

366 34 5
                                    

Nina entrou em seu quarto, já de camisola. Sua pele ainda tinha marcas de unha pela coceira que o pó-de-mico lhe causou.

Maldita Dulce!

Ela foi pra cama, se deitando e se cobrindo. Tentou relaxar, e dormir. Então houveram várias espetadas em seu corpo, suas pernas, seus braços.

Algo parecia andar sob ela.

Ela puxou a coberta pra ver a cama coalhada de formigas. Centenas delas.

Ela gritou, tentando levantar, então os parafusos previamente folgados da cama cederam, e a cama quebrou com um baque, levando ela e as formigas ao chão.

—-*

Nina: O almoço está servido? – A cozinheira assentiu. Nina se sentou com cuidado no seu lugar. As formigas eram venenosas, as picadas formaram feridas que doíam. Dulce estava em seu lugar, revirando o suco com uma colher, como se esperasse algo. Nina comeu umas 4 garfadas até que parou de mastigar aos poucos – Isso tem um gosto estranho. – Dulce ergueu a sobrancelha, olhando o copo. O cabelo estava desgrenhado, como sempre.

Criada: A mim parece normal. O que é isto no seu prato? – Perguntou, olhando de longe. Algo parecia se mover.

Nina olhou o prato, gritando em seguida. Haviam vermes brancos misturados ao arroz. Ela se levantou, derrubando a cadeira, e Dulce sorriu, tomando o suco.

Nina teve um acesso, logo vomitando no chão da cozinha. Dulce fez uma careta.

Dulce: Oh. – Disse, com cara de nojo. Então riu e se levantou.

Nina convulsionou mais uma vez, então, tremula, olhou Dulce.

Nina: Como podes? – Perguntou, ainda nauseada.

Dulce: Fácil. Quando chove faz lama. – Disse, explicando – Se você olhar debaixo de pedras, ou troncos de arvores, acha centenas deles. Vem com um pouco de terra, mas nada que não se possa lavar… Ou confundir com feijão. – Ela deu de ombros, rindo, e tomou mais um gole do suco.

Nina: ME DEIXE EM PAZ! FIQUE LONGE DE MIM, ESTOU AVISANDO! – Disse, histérica. – VOCÊ ESTÁ COM O DEMÔNIO NO CORPO!

Dulce: Autsh. – Disse, fazendo uma careta – Ficar longe de você? Senão o que?

Nina: VOCÊ ESTÁ LOUCA! COMO… COMO…?

Dulce: “Como…?” – Imitou, debochada – Eu só comecei e você já está lamentando.

Nina: Eu vou fazer queixa. – Avisou, tremula.

Dulce: Você teve a chance de me matar, e não matou. Teve a chance de me deixar em paz, e não deixou. Assuma agora. – Disse, pondo o copo na pia – Escolheu a pessoa errada pra lidar.

Nina: EU VOU PROCURAR CHRISTOPHER! – Avisou, em uma ameaça. Dulce, já na porta, parou e virou o rosto. Parecia acinzentado.

Dulce: Tenho tanto medo dele quanto de ti. Bom apetite. – Desejou, e saiu.

Meia hora depois, na sala de visitas…

Robert: Ela pôs vermes na comida? – Perguntou, fascinado.

Christopher: Robert, pelo amor de Deus! – Rosnou, passando a mão no rosto. Nina estava em lágrimas – Se acalme. Foi só hoje?

Nina: Não. – Ela secou o rosto – Desde que… – Christopher soube mesmo sem ela conseguir completar – Há insetos na minha roupa, ela quebrou minha cama, e pôs formigas, e… – Ela soluçou em seu choro. Robert gargalhou, a cabeça caindo para trás. – Eu não sei mais o que fazer.

Robert: Devia ter começado tomando cuidado com o que faz. – Disse, debochado. Conhecia a história e não concordava - Vermes na comida, é genial! – Exclamou, rindo.

Christopher: Robert. – Disse, revirando os olhos – Tudo bem, se acalme, Srta. Dobrev. Eu vou fazer ela parar. Vá até a cozinha, tome um copo de água…

Robert: …Vermes brancos e arroz, brilhante! – Disse, as gargalhadas.

Christopher:…Tire o dia de folga. – Disse, cansado. Nina assentiu e pediu licença, saindo. – Eu não acredito que ela está fazendo isso! – Disse, se amparando na mesa.

Robert: Nem eu. Eu não teria tido a idéia dos vermes, mas as formigas sim.

Christopher: Robert, pelo amor de Deus!

Robert: Eu gostaria que fossem percevejos em tua cama, Christopher. Não chegaria a ser justiça, mas ainda assim. – Disse, secando o olho.

Christopher: É reconfortante falar com você. – Disse, se sentando.

Robert: Perto do que Nina fez a essa mulher, insetos não são nada. E se ela for como eu, só vai piorar. – Comentou, mexendo na aliança. – Você vai mesmo precisar pará-la, ou essa empregada vai acabar morrendo. Boa sorte. E não, eu não vou falar com ela no seu lugar, e tu tão pouco tem minha ajuda. É problema seu. – Disse, se levantando – A propósito… Se ela me consultar pedindo idéias, eu tenho várias. – Disse, antes de rir novamente, saindo.
Christopher revirou os olhos novamente, suspirando. Precisava mesmo pará-la. Só não sabia como.

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora