capítulo 119

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Dulce: Não! – Grunhiu, empurrando-o – Saia de cima de mim! SOCORRO! – Gritou, em pânico. Ele era consideravelmente mais forte. Pablo riu da tentativa dela.

E pra desespero de Dulce ele tentou beijá-la. Ela trancou os lábios com toda a força que tinha, forçando os dentes uns contra os outros, mas isso não parava os lábios dele, que estavam sobre os seus. Dulce tinha nojo. Ela se lembrou do toque de Christopher e se resetou ainda mais, estapeando-o, arranhando-o.

 Ele baixou a boca pro pescoço dela, deixando beijos pegados por onde passava. Uma ânsia de vomito veio a garganta de Dulce, mas ela a deteve. Continuou resistindo. Não permitiria, nem que morresse no intento. Seu desespero piorou quando sentiu suas pernas descobertas (ele puxara o vestido para cima), e as mãos dele apanhando as pernas dela.

 Ela trancou as pernas, empurrando-o, se debatendo, mas Pablo parecia estar se divertindo. Então, do nada, se lembrou da voz de Robert, distante, dizendo que um golpe em um certo local machucava miseravelmente um homem, quase imobilizando-o...

Pablo: Puta! – Exclamou, momentaneamente paralisado, após receber uma joelhada entre as pernas com toda a força que podia reunir. Ele se encolheu, cego pela dor, e ela escorregou, ofegante. Mas ao se levantar ele a puxou de volta – Você não vai embora, sua vadia. – Rosnou, puxando-a.

Mas Dulce estava de pé, e ele, caído, ainda retardado pela dor. Ela tentou se soltar e ele puxou o vestido dela, rasgando-o, deixando o espartilho dela exposto. Dulce o empurrou, desesperada, e não sabia como, mas conseguiu pegar o atiçador da lareira do quarto. Queria tanto estar com a adaga agora! Ela tentou golpeá-lo com o atiçador, mas não era afiado o suficiente e ele estava se recuperando.

Dulce então bateu nele com o pedaço de ferro, na cabeça, com toda a força que tinha. Ela perdeu a conta de quantas vezes, até que ele caiu. Desesperada, e ainda ofegante, com a roupa rasgada, Dulce apanhou o envelope e disparou correndo porta a fora com toda a velocidade que conseguia atingir.

 Tropeçou nos degraus da escadaria, nos últimos, caindo na grama, mas se levantou imediatamente. Por sorte ainda não haviam retirado seu cavalo dali. Ela montou e saiu, ofegando, parecendo um borrão. As pessoas paravam para olhar ela passando. Era como uma alarme. Problema foi quando chegou a fronteira.

 Pablo havia dado ordens para que ela não passasse.

Dulce: Por favor. – Implorou, quase as lagrimas – Pelo amor de Deus, me deixem ir. – Nenhum dos guardas se moveu.

Uma multidão se formou ali, e Dulce presa contra a fronteira. As pessoas a olhavam, especulando. Lá estava ela, os cabelos alvoroçados, a roupa rasgada, soando, ofegando. Era uma proscrita. Dulce não soube porque, mas se sentiu na obrigação de fazer o que fez.

Dulce: ESCUTEM TODOS! – As pessoas olharam para ela, os murmúrios parando – A filha do rei Christopher sobreviveu. Tem 6 anos recém completados, e é uma criança absolutamente saudável. – Disse, olhando de rosto em rosto – Pablo mentiu. Mentiu o tempo inteiro. Mentiu para todos vocês, levando seus maridos e filhos para morrer em seu nome no campo de batalha apenas porque perdeu a mulher que queria para um homem melhor que ele! – O cavalo oscilava no lugar – Christopher tem o apoio do rei Alfonso, do rei Christian, e do rei Robert. Nossa potencia de ataque é a maior possível. Quando ocorrer, quem se opor morrerá.

As pessoas cochichavam entre si, assustadas, sem saber se acreditavam ou não. Algumas assustadas, outras receosas. Como assim a filha de Christopher sobrevivera? Pablo mentira?

Dulce: No reino de Christopher há paz, mesmo em guerra. Não há fome, não há dor, há respeito e compreensão. – Continuou – Fugi daqui para escapar de Pablo, e ele me acolheu. Soube da minha verdade, e ainda assim não me matou. – Os cochichos aumentaram – Aqui está a prova. – Ela puxou o vestido – Pablo tornou a me atacar hoje, mas antes dele me rasgar as vestes esse vestido era lindo, e foi Christopher quem me presenteou com ele. Ele escuta as pessoas antes de matá-la, e nunca mata ninguém por capricho. – Ela respirou fundo, se segurando no cavalo – Sim, senhores. Eu sou a amásia dele, como correm os boatos. Tenho orgulho disso.

O alvoroço foi total. Dulce estava causando um motim mesmo sem saber.

Apenas Mais Uma De Amor (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora