Capítulo Quatro

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#Lumus

As árvores faziam sombras com suas folhas no enorme espaço dos hectares do castelo. Os alunos conversavam em voz baixa enquanto respondiam os exercícios na aula ao ar livre que foram passados. Hagrid tirava dúvidas de alguns que ainda não haviam entendido o que deveriam fazer e Draco bufava com impaciência pois terminara suas respostas à meia hora atrás.

Como podem ser tão devagar?, criticara em sua mente.

Cansado, olha para seu lado. O trio que observava estava conversando, pelo menos as duas pessoas, um garoto que Malfoy começara a odiar e a loira gentil que conversara breviamente, a terceira tinha os olhos entediados como a sempre até o encarar.

O olhar tediante virara adagas verdes que o cortavam com os olhos.

Ele desvia o olhar da Greengrass rapidamente.

Não havia falado com ela desde que descobriu que era a irmã mais nova de Daphne e Turner foi feito novamente de coruja para avisá-lo que ela só poderia continuar com as aulas na semana que vem. Mas claro, o garoto dirigira a palavra com tanto desprezo que tudo o que Draco poderia revidar era mutuando o mesmo sentimento.

A aula, por fim, acabara e seguia-se a de Poções com o professor Slughorn depois do almoço. Draco, como sempre, comera sozinho e sem nenhuma companhia para se dirigir a sala da respectiva matéria depois da refeição.

Fora o primeiro a chegar, antes mesmo do professor e folheava um livro velho e antigo de poções. As abas do objeto tinha orelhas marcadas de anos atrás, a capa de couro resistente jazia deteriorada com o tempo.

Contempla o nome do dono na primeira página.
   

Este livro pertence ao
Príncipe Mestiço
 

Um breve respeito e admiração surge no rosto de Draco. Ele passa os dedos pela horrível caligrafia e uma coisa surge em seu peito.

Não sabia identificar o que seria, mas tinha certeza de que era algo maior do que gratidão.

Severo Snape era o homem mais corajoso que já conhecera. Draco Malfoy teria orgulho de chamá-lo de pai.

Antes de morrer na guerra, antes de assumir o controle de Hogwarts como um Comensal disfarçado, ele lhe dera o livro.

"Use-o com sabedoria, Draco", dissera.

E era o que ele pretendia.

Não sabia porque sentia aquele sentimento por Snape. O antigo professor sempre o preferia, sempre tomava seu partido. A única vez que recebera uma detenção por parte dele fora quando, em um momento impensado e motivado pela raiva, chamara Lilian Evans, a única mulher que Severo amou, de sangue-ruim.

Pensava que, por ser corajoso, adjetivo completamente oposto do seu pai biológico, Lucius Malfoy, o via dessa forma paternal.

E também havia outro motivo.

Draco sabia que Snape não era um Comensal comum. Ele era diferente.

Sempre que lhe dirigia o olhar não era de orgulho, regozijo por ser o braço direito do Lord das Trevas, mas sim, um com uma mensagem de "Calma. Isso logo irá acabar". Como se tivesse sentido que não estava confortável na situação de servo de Voldemort.

Garota Má - DrastóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora