Capítulo Cento e Nove

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#Lumus

Não pode deixar de ser surpreender após verdadeiramente se divertir no passeio por entre a grande e agitada Londres trouxa. Para isso, havia mentido a seu pai copiosamente sobre seus planos de hoje que incluíam fantasiosamente um encontro com David Morris no absoluto clube para sangue-puros.

Riu quando viu o incrível ônibus vermelho de dois andares e se embasbacava com a energia fluída perante a multidão das ruas.

A pequena Cheever não era um destaque pois a baixa estatura quase a engolia por entre moradores e turistas.

A explicação pelo movimento era no fim da temporada para o Natal.

Alexis suspirou de oprimida felicidade enquanto o casaco quente de Zabine (que o deu meia hora atrás após a ver se abraçar de frio) praticamente a fazia sumir por entre o grosso sobretudo.

Charles, o mordomo e criado, havia os deixado à vontade depois que desceram do Palácio de Buckingham, um infeliz desencontro se deu quando seu pai (convocado pela família real) partira a pouco tempo da hora que chegaram ao grande monumento.

Sorriu. Ele era o Ministro.

— Conheço um atalho para a London Eye — falou enquanto se afastavam na principal e metiam-se pelo subúrbio.

Inesperadamente entraram em um beco que não havia saída.

Alexis inquiriu vendo a recente parede formada, os tijolos novos e o cimento ainda fresco tapavam a visão do campo que cruzariam para chegar a enorme roda gigante, já que o terreno, antes vazio, foi adquirido por uma companhia de fast-food.

— Lamento, vamos ter que voltar — afirma.

Blásio dá de ombros, sem se importar, pois um passeio tão especial não se arruinaria por causa de algumas ruas a mais.

Passos às suas costas os sobressaltaram.

— Vejamos o que temos aqui — uma voz desconhecida chegou aos ouvidos de ambos. — Um casalzinho tão bonitinho...

No mesmo momento que viraram, Blásio empurrou Alexis para atrás de si.

Três adolescentes que aparentavam ter no mínimo 20 anos os cercaram. Somente o do meio, que parecia ser o líder, segurava uma faca; os outros tinham tacos de beisebol nas mãos com luvas furadas.

Era calamitoso a aparência dos agressores: olhos vermelhos que não tinha muita firmeza no enfoque, gestos agressivos e um hálito podre de comida e bebida ruim.

Fungavam o nariz a toda hora.

— O que a princesinha e o garanhão tem pra mim? — questionou procurando objetos de valor.

Zabine estava tranquilo. Nada que alguns leves feitiços pudesse afastá-los sem ninguém sair machucado, só tinha que pegar sua varinha e...

Tocou no bolso dos casacos e não achou nada.

O sobretudo cobria Alexis.

Era perigoso demais virar o rosto para pedir a arma pois a lâmina da faca brincava perto do seu nariz e se fizesse algum movimento brusco temia um agressão violenta.

Analisou suas opções:

Se estivesse sozinho poderia tentar luta corporal, porém descartou a ideia pelo fato de enquanto distribuiria socos, algum deles poderiam ferir a Cheever.

Alexis tinha os olhos preocupados, ela não levava a varinha quando passeava por Londres e pelo visto Blásio não havia trazido a sua.

Zabine fez o mais racional e aconselhável num momento como esse: começou a desatar o fecho do relógio feito completamente de ouro.

Garota Má - DrastóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora