Capítulo Cento e Cinco

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#Lumus

A água da piscina era aquecida magicamente e brilhavam sobre as luzes colocadas no interior dela, deixando-a iluminada sobre o luar.

Os pés estavam confortáveis pousados sobre o elemento, os sapatos jaziam largados ao seu lado.

O suspiro que soltou em seguida veio do fundo da alma.

Fitou o céu enquanto percebia os passos conhecidos se aproximando.

Draco encarou Astória sentada sobre a borda da piscina, com os pés para dentro, as duas horas da manhã sobre o espaço estrelado.

Passou a língua pelos lábios secos e coçou o nariz, preparando-se pelo que diria.

O silêncio dominava o drama.

— O que ela tem contra você?

A Greengrass riu de modo amargo e apoiou as mãos sobre o piso que estava sentada, inclinando o corpo para trás. Jogou os cabelos negros sobre o rosto tapando-o como um véu escuro.

— Só descobriu isso agora, Malfoy? — zombou com maldade, sentindo-se, no âmago, péssima com a situação.

— Não — o tom era estranhamente sério. — Desde que não confrontou sua mãe no primeiro momento em que ela tentou me juntar com Daph — murmurou sem expressão e pondo as mãos nos bolsos da calça. — Estava esperando que me contasse por vontade própria, mas isso não iria acontecer — encarou friamente a garota. — Iria, Tori?

A sangue-puro fechou os olhos, amaldiçoando o apelido e culpada ante a acusação.

— Não — falou a verdade. — Não iria.

Draco se aproximou.

— Porque, Tori? — questionou transmitindo toda a raiva na fala calma e mansa. — Porque? Não importa com o que sua mãe esteja a chantageando, podemos resolver se confiar em mim — destacou.

Ela ainda se recusava a olhá-lo.

— É complicado, Malfoy.

— Porque ouço essas palavras saírem a uma freqüência assustadora da sua boca?

A Greengrass morreu um tanto com a verdade dita tão nua e crua.

Correu os olhos pela água quando o sangue-puro se sentou ao seu lado.

Tentou inúmeras vezes, sem sucesso, falar o que acontecia naquele momento, mas simplesmente as palavras não saíam.

Depois de muito tempo tentando sem sucesso, Draco retirou os próprios sapatos e dobrou a barra da calça para a imitar.

A água quente o relaxou.

Astória pensou que o tinha deixado bravo, mas não era isso que ele sentia.

Draco queria ajudar. E a cima de tudo que confiasse nele.

— Você — conseguiu por fim. O sangue-puro somente arqueou uma sobrancelha tentando compreender. E para explicar: — Você ou meu futuro como medibruxa.

Falar aquilo em voz alta a fez desinflar da carga que suportava desde a chegada da família Malfoy.

A angústia desapareceu quase por completo.

Não se lembrava a muito tempo como era desabafar com alguém.

— O que eu posso interferir no seu futuro como medibruxa?

Astória moveu os pés, sentindo o líquido escorrer e espirrar pelos tornozelos.

— Minha mãe tem que assinar uma autorização para a preparação do curso de medibruxaria — respirou fundo. — E ela só o vai fazer se eu deixar você para Daphne.

Garota Má - DrastóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora