Capítulo Vinte e Dois

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#Lumus

Ele não conseguiu dormir a noite toda.

Os pesadelos não o visitaram já que em nenhum momento fechou seus olhos. Aqueles sonhos ruins, imagens das cenas de Hogwarts o acompanhavam deste a saída da escola.

O de melhor era que tinha a Greengrass para se distrair.

Agora sua consciência pesava. Nem na Guerra, nem quando Voldemort ocupor a Mansão Malfoy como seu quartel-general vira o pai sair de sua máscara dura, fria e rígida.

Hoje o tinha feito chorar.

A visão dos ombros tremendos, de sua mãe tentando abraçá-lo, tentando dar um pouco de consolo, dos cabelos loiros quase brancos e compridos balançarem com o vento da sacada que a anos não visitava.

Isso não saía de sua mente. Draco nunca pensou que sentiria o que estava sentindo, mas preferia os pesadelos brutais à isso.

Vê o sol raiar e seus raios entrarem pelo vitrais de suas janelas. Pensa que seria a hora do café então toma um banho demorado e veste uma roupa qualquer.

Nunca fora desleixado com sua vestimenta mas hoje isso não importava.

Desce as escadas pronto para pedir desculpas a seu pai e tentar reverter o que aconteceu.

Fica surpreso que, ao chegar na sala de refeições, somente sua mãe estava sentada na mesa farta e cheia.

— Mãe...?

— Ah, Draco — ela lhe dá um sorriso fraco. — Bom dia, querido.

O filho se aproxima e lhe beija a bochecha. Narcisa indica uma cadeira e ele se senta.

Nota que tipicamente sua mãe não havia tocado em nada do café.

Ele consegue sorrir internamente. O que Narcisa Black Malfoy mais odiava era ter que comer sozinha.

Seu pai ainda devia estar dormindo, o que não era típico de Lucius Malfoy.

Mãe e filho se olham.

— Desculpe por ontem — ele pede a surpreendendo. — Não queria fazer papai chorar...

— Você... Quer dizer, quando viu isso, querido? — questiona tentando fingir não saber o que tinha sucedido.

— Vi a senhora o consolando enquanto chorava na sacada — ele informa e depois passa a mão pelos cabelos loiros, em desespero. — Não dormir a noite toda com isso em minha mente — olha seriamente para Narcisa. — Quero pedir desculpas à ele.

Sua mãe estava surpresa e emocionada. Não lembrava de que alguma vez Draco pediu perdão ao pai, geralmente isso só acontecia ao contrário, com Lucius sempre errando.

— Sei que o magoei — seu filho continua. — Se eu pudesse voltar no tempo eu jamais...

Ela toca em sua mão.

— Sua atitude é muito nobre, filho — diz com os olhos azuis brilhando de emoção.

Draco não estava se sentindo muito nobre mas mesmo assim agradece o elogio com um aceno de cabeça.

Ele olha para as escadas.

— Sabe quando papai vai acordar? — questiona.

Sua mãe enruga o cenho e depois nega com a cabeça.

— Não, não, querido — responde. — Seu pai já acordou. Está agora mesmo conversando com sua namorada no escritório.

Seus olhos quase pulam das órbitas.

Garota Má - DrastóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora