#Lumus
Os olhos se abriram numa turbidez borrasca pela estranheza de não acordar repentinamente depois do feitiço que injetou a cobra saindo da caveira no seu braço ser consumado.
Ainda sentia a razão pela falta dos seus pesadelos agarrada em si e encostada no seu peito, deviam ter, em algum ponto da torrencial madrugada, desmaiado de exaustão.
Ouve o suave respirar da garota adormecida e ergue a mão para acariciar o cabelo macio e suado, retira as madeixas grudadas na testa, deixando o rosto livre para contemplar a pele branca e ainda molhada de lágrimas salgadas.
Malfoy, com cuidado, gira seus corpos, a deixando por baixo e quando faz menção de se levantar, dedos precisos agarraram sua camisa estragada.
Os olhos esmeraldas transmitiam um pânico supremo.
Ele sorri para tranquilizá-la pelo repentino acordar da sangue-puro.
— Bom dia, Tori.
Ela, confusa demais para responder, analisa continuamente o ambiente até parar as íris confusas nas órbitas que miravam no bruxo.
Uma sobrancelha involuntária se arqueou.
— Você é loiro demais — critica após se dar conta da voz rouca.
Draco não conteve um sorriso aberto junto com a expressão de incredulidade por ser vítima de deboche.
Ignorou a situação e, se apoiando no colchão pelos cotovelos, agarrou o tão formoso rosto com as duas mãos. Os polegares fazendo um contorno carinhoso e calmo nas bochechas aveludadas e brilhantes de umidade.
— Posso te beijar? — questionou sem conseguir esperar mais.
Ela assentiu, querendo também.
Os lábios macios colidiram contra os dela que, embora rachados, tinha a eterna sensação boa de familiaridade. A invasão da língua foi tão sutil e não se tornou evidente até que acariciasse um canto gostoso da boca, instigando.
O restante do beijo poderia ser narrado como um belo paraíso em comparação ao turvo inferno vivido.
As respirações se misturaram quando terminaram o ato de carinho.
— Eu te amo.
A bruxa paralisou.
Draco demonstrou terror.
— Sei que acha que disse porque sinto pena, mas não é a verdade, Tori — expressou dominado por uma ânsia de a fazer acreditar. — Nunca falei isso para qualquer pessoa e não estou dizendo por causa do momento ou do seu passado, muito menos por saber que você merece ser amada, mas... Merlin — as tempestades nubladas foram preenchidas negramente pelo dilatar da pupila. — Eu te amo. Eu te amo e tem que acreditar nisso. Eu te amo e...
— Eu sei.
A interrupção o pegou desprevenido.
— Perdão?
A Greengrass revirou os olhos esmeraldas e repuxou os lábios, numa expressão de escárnio.
— Já me falou isso, Malfoy — confidencializou. E vendo a confusão na face dele, permitiu-se ser mais clara: — Baile de Inverno. Quando deitei ao seu lado na cama, ainda estava consciente quando disse com todas as letras “Eu te amo, Astória ” — sorriu, sincera. — Theodore aplaudiu e comemorou gritando um “Finalmente!”.
Uma risada que não esperava escorreu pelos lábios, porém, não pelo cômico acontecimento, mas de uma genuína e verdadeira felicidade.
Astória encontrou seu braço e acariciou a Marca Negra enquanto um novo conflito ocupava sua mente.
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Garota Má - Drastória
FanfictionDraco Malfoy volta a Hogwarts depois da guerra bruxa contra Lord Voldemort, de quem sua família tomou partido e depois se viraram contra. Olhares de todos os alunos recaem sobre ele, um ex-Comensal da Morte arrependido. Sua vida não é mais a mesma...