Capítulo Cinco

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#Lumus

A Ala Hospitalar estaria silenciosa se não fossem o ranger de dentes dos pacientes que ali se encontravam.

— Se não fosse tão arrogante e me explicasse direito...

— Se você não fosse tão burra para estragar tudo...

— Se fosse um pouco mais paciente e dedicado para me ensinar em vez de ficar anotando coisas naquele seu caderno ridículo...

— Se não confundisse os hermeróbios com as raízes de...

— Se, em vez de me criticasse, me desse algum crédito por estar me esforçando...

— Se merecesse algum crédito... 

— Se parasse de me culpar por tudo...

— Se não fosse a culpada de tudo...

— Se... — é interrompida pela chegada da Madame Pomfrey.

Ela os avalia com censura.

— Será que não iriam parar de brigar nunca?

Os dois lançam um olhar furioso e com um "Não" bem explícito na mensagem. Ela bufa e começa a fazer os devidos cuidados nos pacientes.

— O que há com você? —  indaga olhando para a Greengrass.

Ela desvia o olhar da bruxa.

— Nada demais — responde. — Ele se machucou mais, então deve ser atendido primeiro.

Draco, que até então olhava distraidamente pela janela, volta seu olhar com a expressão perplexa voltada á garota.

— Está bem — Madame Pomfrey caminha até a cama onde estava o garoto Malfoy. —  Onde está machucado? — pergunta.

— Nas costas.

Afrouxa a gravata verde e prata e faz menção de tirar a camisa, mas se interrompe e olha para a outra paciente com um sorriso malicioso nos lábios.

— Acho que vai querer ver isso, Greengrass —  diz maléficamente.

— Nem em seus melhores sonhos, Malfoy —  diz pegando um livro e o folheando sem pressa nenhuma.

Draco desabotoa sua camisa social branca, bordada com o brasão da Sonserina. Revela seu dorso branco e liso, formado de músculos, não muitos, mas o suficiente para ter porte físico aceitável e saudável.

Se vira, ficando de costas.

— Humm — a bruxa franze o cenho, olhando para os estilhaços do metal do caldeirão na pele branca como leite manchada de sangue. — Vou precisar tirar estes pedaços de caldeirão, mas antes terei que fazer uma poção para a dor para você, sr. Malfoy — caminha até a saída, mas antes se vira para a garota que folheava o livro. — E srta. Greengrass — fala á ela, que ergue os olhos para a enfermeira —, estanque esse sangue.

Ela, olha para a própria mão e assente.

A bruxa sai da enfermaria e a garota ignora a ordem, voltando às palavras que lia até ser interrompida novamente com gritos altos.

— Asty! Asty! — a menina loira e aflita corre ao encontro dela, a abraçando fortemente.

Draco pôde ver a careta de desgosto que ela fez.

— Está me esmagando, Alexis — reclama mal-humorada.

A amiga a solta.

— Desculpe — pede. — Mas eu fiquei tão preocupada que queria correr para alcançá-la, mas Thomas — olha de relance para o garoto que a acompanhava — não deixou dizendo que o professor Slughorn estava enfurecido demais por conta da sala dele estar quase totalmente destruída... — ela faz uma pausa e continua: — Por um momento eu pensei... — os olhos verdes claros molham e ela funga. O garoto, para consolá-lá, põe suas mãos sobre os seus pequenos ombros que insistiam em tremer. — Pensei que tinha se machucado gravemente... — levanta a mão para enxugar as lágrimas que escorrem por suas rosadas bochechas.

Garota Má - DrastóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora