Garota Má - Drastória

Capítulo Cem

100oor, já?

#Lumus

Acordou por um livro (quase um dicionário de tão pesado) que foi jogado bruscamente no seu estômago.

Gemeu terrivelmente.

Segurou o abdômen e olhou para a pessoa que o tinha atingido sem nenhuma explicação. Fez uma careta, tanto de dor quando de raiva.

Lucius estava lá, na mais perfeita pose indignada e sanguepurista, segurando uma carta escrita nas mãos, como se fosse a prova de seu pecado.

As sobrancelhas loiras, quase brancas, unidas e a tez franzida de uma acusação presente que logo escorreu por seus lábios em fúria ao balançar a carta presente na mão:

— Prefere o modo trouxa de dançar?

Aquilo o pegou de total surpresa.

O deixou sem reação e chão por um minuto inteiro, mas o mesmo aconteceria por milhões de anos se a carta também não fosse jogada em sua cara num gesto violento de Lucius Malfoy.

O bruxo, revoltado, saiu de modo bruto da presença do filho, esvoaçando a capa negra, criando um drama em toda aquela cena.

O papel escrito deslizou pelo tronco do assustado e caiu sobre o chão.

Tudo o que lhe restou foi jogar a cabeça pra trás, gemer mais e ler o título do tão pesado e assassino livro que fora arremessado em si.

Gemeu.

Que ironia.

Era “O Segredo Oculto Por Trás das Poções”.

***

Sinceramente.

Não sabia que tinha aquele exemplar em casa pois nunca sequer o tinha visto.

Na enorme biblioteca de sua família pensara que já lera todos os escritos sobre o assunto que o mais interessava, porém agora se considerava enganado por esse fato.

Tocou nas costelas que ainda estavam doloridas, as pressionado de leve.

Malditas mil setecentas e dezenove páginas.

E o que fora aquilo?

Astória escrevera sobre sua pequena confissão no Baile para seu pai?

Perversa.

Se preparou para suspirar pois lhe causou um leve desconforto desde que havia se esforçado para subir os degraus da longa escada para chegar até seu quarto.

Quem era Astória Greengrass para o dedurar assim? Sabendo que seu pai era mais leal ao sangue do que em muitas outras coisas?

A carta arremessada estava na escrivaninha, parada e pousada inerciamente sobre o seu diário de poções.

Falar do passado? De algo que nem existia mais entre os dois?

Não tinha o direito assim como ele também tinha.

Remexeu os dedos, nervoso.