Garota Má - Drastória

Capítulo Cento e Vinte

#Lumus

A lareira crepitava em um suave farfalhar das chamas vermelhas consumindo as toras de madeira queimada e exalando um calor confortável e saboroso para os corpos nus enrolados em um fino lençol de seda.

O casal Drastória se mantinham abraçados e aconchegados um no outro, em total paz e felicidade, deitados sobre o tapete caro da sala de estar da Mansão Malfoy depois de uma extensa sessão de sexo que rendeu uma orde de gemidos e saciação.

— Será que Lucius e Narcisa já transaram aqui?

Draco imediatamente se levanta, opondo-se a mente que recriou a terrível imagem.

Sentado um pouco afastado da mulher deitada indagou um "Sério?" com os olhos cinzas irritados. Estava um clima tão bom e perfeito.

Astória, a demônia, riu.

Após um tempo, tomou a palavra novamente:

— Vou contar uma coisa que vai adorar e depois odiar, Malfoy — avisou.

Draco respirou fundo, preparando-se para o pior.

Tori reprimiu um sorriso em o ver temeroso assim.

— Mandei Thomas se foder hoje.

Seu marido piscou nem sendo capaz de esconder a surpresa colossal.

— Neste mês há muitas ocorrências de acidentes mágicos e temos que ter uma atenção especial e redobrada — contou. — Então Tom fez uma Reunião Extraordinária com todos os medibruxos de todos os setores do St. Mugnus e quando anunciou o aumento no expediente geral eu não me aguentei e soltei um horrível e alto "Ah, vai se foder!" na frente de todos.

Um sorriso crescente e maior que o mundo se instalou no rosto de Draco.

— Não me leve a mal, eu adoro o meu trabalho — a bruxa deixou claro. — Mas estou tão sobrecarregada com os turnos extras que, simplesmente, não aguentei. Isso estava instalado na minha garganta a tanto tempo e sei — o encarou — que Tom está completamente certo em me repreender assim e também que aumentou os turnos no geral por uma questão de necessidade e não por motivos pessoais... — gemeu, frustrada e arrependida. — Thomas ficou tão irado que me chamou de Malfoy — deu destaque no inacreditável. — Ele nunca me chama assim, sequer pronuncia o meu sobrenome e, depois da minha frase desagradável, forçou o voz e disse "Poderia me acompanhar até minha sala, sra. Malfoy?".

O sangue-puro ainda se vangloriava da cena, sentindo extremo orgulho de Tori.

— Thomas é o mais amável e gentil dos homens — afirmou com convicção —, mas sempre foi firme no cargo elevado que ocupa. É conhecido no St. Mugnus como o melhor medibruxo-chefe que o hospital já teve, nossos índices de aprovação são os melhores da história — realizou uma pausa, comovida. — É extremamente compreensível com todos os funcionários e sempre está disposto ao diálogo porém tem o sermão mais temido em todo o país e eu nunca, nunca na minha vida, pensei que seria alvo dessas duras palavras.

Draco a tocou no joelho, dando conforto.

— Fiquei horrível depois disso — desabafou. — Thomas me dizendo num tom calmo, porém rígido, que o que eu fizera era motivo de demissão instantânea ainda mais por o ter confrontado de maneira tão grosseira na frente da sua equipe e que apenas não o faria porque tinha respeito pela profissional que eu era e...

As reticências ficaram no ar quando Astória fez uma careta culpada como se tivesse aprontado e sem graça para dizer o quê.

Malfoy fechou os olhos.