Capítulo Cento e Vinte e Quatro

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Parte dos Brounckdorfs escrita por Perthro_Othala

#Lumus

Brounckdorf raramente tinha uma tarde como aquela. Como Ministro da Magia mais jovem a exercer o cargo, era de se esperar que os conselheiros e bruxos de alto patente esgotassem toda sua energia imberbe com reuniões, votações e eventos que aparentemente requeriam sua presença. Mas, naquele inusitado fim de dia primaveril, tudo parecia estranhamente resolvido. Tinha voltado do Ministério mais cedo, todos as pilhas de papéis estavam devidamente assinadas e as reuniões de inspeção em Askaban foram tão bem sucedidas quanto deveriam ser em seu comando.

E então, é claro, alguém bateu na porta da frente.

A Mansão Ministral tinha mais empregados e elfos do que John poderia contar, mas Anna tinha se certificado que a Ala Norte estivesse tão vazia quanto ele desejava. Todo o barulho do cômodo era produzido pela pequena criança recém-nascida em seus braços, que mastigava alegremente um mordedor em formato de um pomo de ouro que sua esposa havia jurado que era tão fofo que não poderia deixar de comprá-lo quando o viu. Na época, Anna estava grávida e, mesmo que ele governasse todo o território britânico, ainda sim não seria capaz de discutir com sua consorte com a taxa de hormônios abusadamente alta.

Louise Brounckdorf era o bebê mais lindo que já vira em sua pouca experiência com crianças. E isso não tinha nada a ver com o fato dela ser uma réplica do pai. Cabelos levemente ondulados e escuros, a pele pálida, apesar do rosado das bochechas ser totalmente característico de Anna, e os olhos... Grandes olhos com as íris gélidas como um caco de vidro congelado. Completamente glaciais.

Não era um bebê comum, no entanto. Raramente chorava e apenas três meses depois que a haviam trazido do hospital para casa, soltou um grito estridente quando seu brinquedo caiu, e o aquário da sala de espera se quebrou em tantos pedaços que ainda era perigoso pisar no chão sem encontrar um caco de vidro perdido.

Hébio ainda não conseguia conter um sorriso ao lembrar.

Tinha planejado o fim de tarde inteiro sozinho com sua filha, mas agora alguém tinha batido na porta.

John Hébio Brounckdorf II se levantou ajeitando suas roupas com uma mão enquanto o outro braço sustentava o pequeno bebê em seu ombro. Usava uma camisa bege de mangas longas e gola alta com um blazer azul marinho por cima. Sem sua capa, se sentia estranhamente informal, mas, quem quer que estivesse estragando sua tarde, iria embora o mais rápido que ele pudesse o expulsar educadamente.

Sua mão livre alcançou a maçaneta, abrindo a grande porta de madeira. Do outro lado, aguardando na varanda iluminada, Draco Malfoy o encarou de volta com as mãos atrás das costas.

John mascarou facilmente a surpresa ao vê-lo. Não esperava de forma alguma um Malfoy em sua varanda sem aviso prévio ou sequer uma coruja.

- Brounckdorf - cumprimentou, depois indicou levemente com a cabeça o bebê que segurava: - Venho em má hora?

- Como o momento que cuido de minha filha pode ser descrito como "má hora", Malfoy? - ele deu um passo para o lado, abrindo caminho para a sala. - Por favor, entre.

Ele acompanhou o trajeto de Draco para dentro de sua casa. A porta principal dava entrada a uma grande sala com poltronas e um comprido chaise-longue virados para as enormes janelas que davam vista ao jardim da frente, perfeitamente florido em todas as épocas do ano possíveis.

Draco caminhou ate o centro da sala, as mãos agora á mostra exibiam uma pequena caixa aveludada e vermelha.

- O que o traz aqui? - perguntou Hébio quando Draco não se manifestou. Caminhou até o berço que fora trazido para a sala principal e deitou delicadamente a criança que estava em seus braços, colocando em suas pequenas mãos o mordedor dourado.

Garota Má - DrastóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora