Capítulo Cento e Quinze

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#Lumus

A luz da boate luxuosa do bairro trouxa piscava e alternava de cores a todo o momento em conjunto ao gritante som da música desconhecida e agitada que fazia corpos suados dançar na pista.

O camarote era requintado; bancos circulares de couro legítimo num tom escarlate, a mesa de centro recheada de bebidas mergulhadas em dourados baldes de gelo, as conversas abafadas pela melodia ensurdecedora, um mastro de poledance bem convidativo pairava a sua frente, garçons especializados em caros drinks atendiam pedidos a todo o momento e o estupor animado contagiava de forma que só o álcool e drogas poderiam oferecer.

Não conhecia aquele ambiente, apresentava-se como uma novidade, porém sentia elevar a felicidade por Anne e Alexis (as únicas com maior afinidade no Mundo Trouxa) ter escolhido a boate mais badalada da capital londrina em vez de algum fino local sanguepurista.

Obrigaram-na a colocar a estúpida tiara branca com um curto véu embutido, deixando claro sua posição como noiva da noite. Sentada junto com Alexis e Drew, bebericava a bebida, curtindo a sensação a sua volta, esperando pelo começo do misto de emoção prometido pelas amigas.

Anne já havia perdido a linha: dançava alcoolizada, com gestos desengonçados após ter saído do camarote e ido para a pista no meio da multidão caótica. O estranho aparentava que bebia para esquecer, ninguém das presentes sabia exatamente o quê, porém o motivo oculto não impedia de que ficassem de olho nela.

Cally, desaparecida a um bom tempo, chegou com o primeiro presente da despedida de solteira:

O queixo do trio caiu após observar o cara de dois metros de altura, cheios de músculos perfeitos que o caracterizavam como um deus grego, a pele bronzeada e cheia de sardas maliciosas sobre o caminho da felicidade (infelizmente coberto apenas por uma pequena tanga prateada) que pedia para ser explorado.

Draco odiaria saber, mas a Greengrass não lamentava em nada o fato que a fez estalar o pescoço para os dois lados e acomodar-se bem, observando o show sensual do homem viril:

O trouxa era ruivo.

***

A mulher que rebolava loucamente em seu colo ao som dos gritos de contentamento dos seus amigos não estava em seus planos.

Isso não o fez protestar, pois seu padrinho de casamento (Blásio) havia organizado durante um bom tempo a gandaia para repreendê-lo e também fora uma suave vingança aguardada por quatro anos desde que Draco preparou a despedida de solteiro de Zabine.

E como seria a última despedida de um cara do grupo (todos haviam perdido as esperanças com Theodore) teria que ser especial.

Quando o show de strip-tease acabou na renomada casa de luxo sanguepurista (os mestiços do grupo entraram sobre nomes falsos de poderosos bruxos do alto escalão), voltou à mesa principal e mais cara do local cheios de bruxas e outras espécies quase humanas que sensualizavam aos clientes com pouca roupa.

Não encontrou nenhum dos amigos, com exceção do loiro de olhos verdes que matava a terceira garrafa de uísque de fogo, sem o auxílio de qualquer copo.

O noivo sentou-se e encarou o relógio de parede. Sentindo o estômago embrulhar, matou uma dose de tequila, pois era o que devia fazer de meia em meia hora se não quisesse ter que usar a ridícula tiara branca com um véu embutido.

O objetivo do desafio era beber até não aguentar e passar o mico de implorar pelo véu. A única malandra exceção para pular a dose era estar com uma mulher se esfregando em si no horário de tomar a bebida.

Seus amigos não estavam para brincadeiras.

Duas mãos bateram e depois agarraram seus ombros.

Skay tentou dizer algo, todavia arrotou antes de pronunciar palavras. Draco analisou-o com o cenho franzido.

Garota Má - DrastóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora