Cap 52

2.7K 204 72
                                    

Noah Urrea

Todos os anos são a mesma coisa. Acordo, vejo o dia que é, passo o dia inteiro no meu quarto chorando e me lamentando pelo o que aconteceu.

Na minha cabeça, seria igual as outras vezes, mas agora tem um serzinho loiro deixando tudo mais fácil.

A presença de Sina é um calmante natural. A forma que ela me abraça tira o peso das minhas costas, faz meu coração me perdoar.

Tento há muito tempo colocar na minha cabeça que não sou culpado pela morte da minha mãe, mas não conseguia evitar de pensar nisso.

Lembro exatamente do dia. Eu e minha mãe estávamos em uma praça jogando futebol. Ela sempre brincava comigo nos sábados à tarde.

Acidentalmente, chutei a bola muito forte e ela foi parar na rua. Como um moleque desatento de 9 anos, nem prestei atenção no que estava em volta quando a peguei de volta.

Foi tudo muito rápido. O carro em alta velocidade, minha mãe me empurrando para fora e a lataria lhe atingindo.

Depois disso, o tempo passou em câmera lenta. As pessoas correram para socorre-la ou chamar a ambulância. Me lembro de chorar e ajoelhar ao seu lado.

Antes dela fechar os olhos e ceder, pegou minha mão e disse "Eu te amo, Noah. Não esqueça de seguir seus sonhos e nunca deixem mudar seu coração bondoso e apaixonado". (n/a; acho que se isso acontecesse com a minha mãe ela falaria '' Eu te amo Ana,agora vai lavar a louça'' brinks)

Nos momentos difíceis, lembro dessas palavras e me sinto mais forte, ou ao menos que não posso decepcionar minha mãe.

Enfim, mesmo não querendo, Sina me obrigou a comer um pouco para não passar mal. O restante do tempo, passamos abraçados e em um silêncio confortável.

- Acho melhor eu sair um pouco, se não vão desconfiar- Sina murmura contra o meu peito.

- Não quero que você vá- resmungo a apertando mais.

- Eu também não quero ir- ela sorri olhando diretamente nos meus olhos- Eu te amo- sussurra segurando meu rosto.

- Eu te amo também, pequena- beijo seus lábios levemente- Para sempre é depois.

- Até a lua ida e volta- sorri e a beijei novamente.

- Agora preciso ir, mas já volto- nos abraçamos uma última vez e ela saiu pela porta, me dando uma sensação de vazio extremo.

Depois de um tempo ela voltou, e o mundo voltou a fazer sentido. Nunca pensei ser tão dependente de alguma pessoa, até que conheci Sina, e percebi que sem ela as coisas não tem um porquê. Agora que estamos juntos, meu coração relaxa e sabe que estou no meu porto seguro.

Ana

𝑴𝒚 𝑵𝒆𝒘 𝑩𝒓𝒐𝒕𝒉𝒆𝒓Onde histórias criam vida. Descubra agora