𝑴𝒚 𝑵𝒆𝒘 𝑩𝒓𝒐𝒕𝒉𝒆𝒓

Cap 79

 Sina Deinert

Fico sem uma reação concreta ao pegar o pacote vermelho. Passo os dados pelos relevos de flocos de neve com o coração acelerado. É um presente dele.

- Vou para a sala te deixar mais a vontade- Sabi beija minha testa, sai e fecha a porta.

Respiro fundo tentando segurar as lágrimas. Tiro a caixinha de veludo de dentro da sacola e falho em não chorar ao abri-la.

Pego a pequena pulseira com um pingente de Sol e sorri pensando nele. A outra metade está com ele. Minha Lua.

Uma carta branca acompanha a joia. Sinto seu perfume no pequeno papel e reconheço a caligrafia estranha de Noah.

"Já estou há 10 dias sem você. E tenho que admitir que foram os dias mais difíceis da minha vida. Eu já sabia que te amava, tinha certeza disso. Mas não tinha a menor noção que sou tão dependente de você, Deinert! É tão difícil ficar sem seu sorriso, risadas, beijos, abraços, cafuné, céus, seu carinho é o melhor. Sinto sua falta, mas sei que uma hora eles desistem. Nosso amor não será destruído. Se for preciso moro numa caverna, mas se estiver com você, não me importo. Podemos fugir para a Alemanha. Eu seria limpador de toboagua, e você? Enfim, vamos nos ver logo, eu prometo. Me manda alguma coisa sua? Preciso sentir o seu cheiro. Use a pulseira. Estou segurando a minha agora mesmo, não vejo a hora de completa-las. Eu te amo, até a lua ida e volta. Feliz Natal meu amor".

Solto um soluço pelo choro excessivo. Por que fizeram isso com a gente? Eles tem alguma consideração pelos filhos? Abraço os joelhos com a carta sobre o peito e seguro o pingente

- Sina?- Sabi bate na porta e logo a abre- Oh meu deus- ela vem até mim e me abraça.

Choro no seu ombro enquanto minha amiga acaricia meu cabelo. Não é uma questão de dependência do namorado, é necessidade de estar com quem ama, com seu porto seguro.

Depois de um tempo, me acalmei e parei de chorar. Escrevi uma carta também e enrolei no meu casaco preferido. Pedi para Sabi levar a ele e me despedi dela.

Tenho que confessar, foi hilário ver ela descer pela janela. Acabei chorando mais um pouco e adormeci. O Natal não estava mais tão ruim.

Ana