Talking to the moon

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Esse capítulo pode contar gatilhos, então se você é uma pessoa sensível aconselho a não ler.

Pov Addison:

Dois anos...

Há dois anos atrás eu finalmente decidi largar a pessoa que mais me machucou em toda a minha vida,que me afastou dos meus amigos e fez com que minhas inseguranças aumentassem mil vezes mais.Eu odiava esse dia,odiava ter que ser lembrada do quão burra eu fui de acreditar em alguém que só ligava para o próprio ego e para o próprio orgulho. Não gostava que ninquém ficasse perto de mim nesse dia,nem mesmo Amelie ou Dixie ou até mesmo meus irmãos,só fico sentada aqui a noite inteira e fico chorando feito uma criança que acabou de perder o brinquedo.

Sabe quando acordamos e o dia não é tão lindo e ensolarado como os outros? Parece que tudo voltou, lembro do Peter e porque eu não escutei ninguém, Meu Deus!Me sentia insuficiente a cada vez que eu me lembrava de cada palavra grossa e rude que Peter já me disse ou me fez pensar sobre mim,eu sentia medo até da minha própria sombra quando outra pessoa conversava com os meus amigos ou com ele,porque eu sentia que qualquer um poderia fazer meus amigos mais felizes do que eu um dia iria conseguir,me sintia um saco vazio. Aquilo era um problema meu e eu tento resolvê-lo a mais de dois anos e de preferência sozinha,não gosto que meus amigos me vejam assim,nem mesmo meus irmãos,Lucas foi um dos principais motivos de ter terminado com o Peter mas não quero que ele me veja assim,na verdade não quero que ninguém me veja agora e chorando desse jeito.

É um pouco estranho sentir esse vazio dentro de mim,é como se todas as minhas lembranças boas não conseguissem preencher o buraco que se formou depois de toda a merda que eu fiz.Meus olhos ardem de tanto que eu estou chorando,é difícil explicar esse sentimento de solidão e de que eu sou insuficiente para qualquer outra pessoa e que ninquém mais vai me amar porque sou completamente cheia de problemas e sou insegura demais para amar alguém que seja realmente legal. Por mais que eu tenha terminado meu relacionamento com o Peter,eu me sinto uma idiota e a garota mais burra do mundo por ter ficado ao lado dele enquanto ele me traía com todas as garotas de Los Angeles além de me diminuir para se sentir alguém melhor e eu aceitava isso,a única coisa que ele tinha que dizer era um pedido de desculpas forçado e geralmente quando a ressaca batia e nem mesmo a família dele o ajudava.

E enquanto isso eu me desvalorizava, dizendo para mim mesma que eu sou a pessoa mais feia e horrorosa que já existiu,que Peter me traía apenas porque eu não estava no padrão que a sociedade impõe sobre todas as garotas e eu odeio toda a porra da sociedade por conta disso,eu me sinto tão inferior comparada a outras meninas que sempre que vejo um corpo dentro dos padrões,eu sinto mais uma vez como se eu não fosse suficiente,como se fosse apenas um corpo ou apenas um brinquedo mas sou um ser humano e cada palavra que eu escutei durante anos martelam na minha cabeça essa noite me lembrando o quanto eu era inocente e era manipulada por um jovem que só queria meu corpo e queria alguém que sempre estivesse do lado dele e isso durou anos mas antes que eu pudesse crescer e ver o que estava acontecendo,destruí com todo o meu psicológico.

Viver de acordo com as expectativas dos outros é suicídio e eu tinha vivido de acordo com as expectativas dele por muito tempo.

Demorei muito para concluir que a minha confiança é igual a uma a um espelho,a gente poder consertar se estiver quebrado mas sempre vou continuar a ver a falha na porcaria do espelho,eu ainda continuo tendo minhas inseguranças e ainda não consigo acreditar que alguém possa realmente gostar de mim e não pensar que sou insuficiente,gorda,sonsa... realmente sou um poço de inseguranças.As vezes eu me pego pensando em quantas pessoas me chamam de bonita ou já me elogiaram e eu sorri agradecendo mas mentalmente não concordando com aquele pensamento,sei que sou uma pessoa carente e que não consegue ver alguém ser legal com ela que pensa que pode parar de ser um pouco insegura.

Looking at you//Braddison Onde histórias criam vida. Descubra agora