Maraísa
Everton me deixou na casa dele enquanto foi buscar sua mãe e sua prima no aeroporto, Fátima estava na cozinha e eu fiquei na sala assistindo tv, não sei o que estava acontecendo mas desde que briguei com minha irmã estou sentindo um mal estar, tenho insônias, minha cabeça estava confusa, e tenho a sensação de está com febre direto. A campainha toca, estranhei e fui abrir a porta, fiquei surpresa com mamãe na minha frente.Almira: Ah, muito bom te encontrar aqui, precisamos ter uma conversa muito séria!. Eu não queria conversar com ela, com ninguém, mas ela já foi entrando.
Mara: Mãe, é melhor conversarmos em outra hora...
Almira: Eu não vou adiantar nossa conversa, você vem me evitando, mas de hoje não passa!
Mara: Tudo bem, mas vamos para outro lugar, Everton foi buscar a mãe dele e a prima no aeroporto, estou esperando chegarem para conhecê-las!
Almira: Não importa, eu quero conversar com você seja onde for!. Fátima entra na sala indo em direção a mamãe e abraçando-a.
Fátima: Minha querida amiga que prazer ver você!
Almira: Oi minha amiga, vim aqui para conversar com você sobre minha filha Maiara...
Fátima: Ela está melhor?
Mara: Minha irmã está doente?
Almira: Agora você se preocupa com ela? Sumiu esses dias, não quiz me atender e agora vai ser preocupar com ela...
Mara: Mãe eu sempre me preocupo com ela, acontece que...
Almira: Que você é orgulhosa, Maraisa por favor, sua irmã está doente porque você não quer perdoar ela, eu não te ensinei a ser tão orgulhosa assim!
Mara: Mamãe, eu só queria um tempo sozinha, pensar, ela me escondeu algo tão importante, mesmo que eu já tinha falado que não me importaria com quem ela ficasse, por tanto que não mentisse pra mim, porém ela fez o contrário!. Ela passou as mãos pelos cabelos e se aproximou de mim me olhando fixamente, isso me deu medo
Almira: Então você nunca errou? Você nunca mentiu para alguém? Você é tão perfeita assim? Uma santa?
Mara:Mãe...(me esquivei dando um passo para trás mas ela segurou meu braço)
Almira: Eu sempre te eduquei na base na conversa, nunca levantei a mão para você, mas se for preciso fazer isso eu faço, então larga de ser orgulhosa e perdoa sua irmã, você não sabe a angústia que eu estou por não saber mais o que eu faço com ela!. Não respondi, encarei ela com os olhos marejados, talvez ela tenha amolecido o coração e me soltou, olhou para Fátima.
Almira: Eu vim conversar com você Fátima, pedir algum conselho já que eu não sabia mais o que fazer por ver minha filha em uma cama, eu tenho que ir, mais uma vez ou em mais uma falha tentativa de tentar fazer ela comer algo, depois conversamos!. Vejo ela sair, senti as lágrimas caírem, Fátima segura em minha mão me fazendo sentar no sofá.
Fátima: Já faz uns dias que sua mãe vem aqui, toda vez que ela vem ela chora, sua irmã não está bem..
Mara: Me diga, o que ela tem?
Fátima: Depois da briga de vocês, ela ficou em uma tristeza profunda, não quer se alimentar, não sai do quarto para nada, devido isso a imunidade dela ficou baixa e pegou uma infecção na garganta, sem os cuidados que vocês precisam ter com a voz, nem os medicamentos ela não quer tomar, ontem mesmo Almira me ligou e disse que agora Maiara estava se recusando a tomar os medicamentos!
Mara: Eu não sabia que ela estava nesse estado, eu só queria que ela entendesse que não deveria mentir pra mim!
Fátima: Minha querida, vou lhe contar uma história e lhe dá um conselho muito importante!. Ela se ajeitou no sofá, a chuva começou a cair lá fora, a mulher fitou o chão e começou.
Fátima: Eu tinha uma irmã, um ano mais nova que eu, nós duas éramos muito grudadas, fazíamos tudo juntas, eu a amava muito, um dia nós tivemos uma briga muito feia, já tínhamos nossos 15 anos, fiquei com muita raiva dela e disse com toda certeza que eu nunca perdoaria ela pelo que ela tinha feito, depois da briga ela saiu, demorou para voltar e....(ela enxugou a lágrima que molhou seu rosto) Encontramos ela no dia seguinte nas margens de um rio, morreu afogada e eu não tive tempo de pedir perdão!. Ela chorava, sentir uma brisa fria percorrer pela sala e me arrepiar inteira, eu não podia imaginar minha vida sem a minha irmã, me levanto e saio correndo.
Fátima: Menina, onde vai nessa chuva?
Saio da casa pelos fundos, pego o primeiro cavalo que vejo e saio galopando na chuva em direção a minha fazenda, lembro da divisa que tinha perto da cachoeira, com o cavalo talvez daria para passar. Me arrisco e passo, minha visão estava horrível, a chuva que batia no meu rosto não me permitía enxergar direito, mas minha preocupação com minha irmã era maior que qualquer coisa, eu tinha medo, medo que algo acontecesse com ela antes que eu chegasse, e se a história da Fátima se repetir comigo? Ah meu Deus me perdoe por eu ser assim. Chego na minha fazenda, desço do cavalo e já vejo meu pai no salão, corro até ele.Mara: Papai, pega uma toalha pra mim e uma roupa rápido por favor!. Ele sai rápido, vejo minha mãe se aproximar, seu semblante era sério e cansado.
Mara: Onde está minha irmã?
Almira: Onde mais poderia está? No quarto dela!
Mara: Mas ela está bem?
Almira: Claro que não, ela está péssima!. Vejo o seus olhos cheio d'água, agora eu estava me sentindo culpada pelo que estava acontecendo. Mamãe saiu do meu campo de visão, papai trouxe minha toalha e minha roupa, fui até o banheiro perto da cozinha e me troquei, subi até o quarto da minha irmã, abri a porta devagar e entrei, vi os remédios encima do criado mudo, ela não tinha tomado nenhum remédio, mamãe entra no quarto e fala perto de mim.
Almira: Ela não quer saber de mais nada!. Ela se aproxima da cama e passa a mão no rosto da minha ruiva.
Almira: Filha? Toma o remédio, você precisa cuidar da sua garganta, se essa febre aumentar pode ser perigoso!. Ela nem se mexeu, mamãe veio até mim
Almira: Ela nem abre os olhos, se você a ama tira ela dessa cama!. Ela saiu fechando a porta, eu me aproximei da cama, a vi dormir, tão lindinha, puxei um pouco o cobertor e deitei na cama com ela, abracei ela pela cintura e a abracei, não falei nada, apenas deixei que ela sentisse o meu amor por ela, esse amor que é maior que tudo, maior que qualquer coisa, maior que qualquer mágoa. Senti seu corpo tão quente, fiquei com medo de perde-la, senti um nó na garganta e uma lágrima caiu. Ela gemeu baixinho
Mara: Irmã?
Falei baixinho, ela se mexeu um pouco, abriu os olhos aos poucos e virou seu rosto pra mim, pude ver suas olheiras, ela me olhou e seus olhos ficaram marejadosMai: Maraísa...(sua voz saiu como um susurro)
Mara: Xiiu, não precisa dizer nada, eu vim aqui pra cuidar de você, irmã eu ainda estou muito magoada com você, isso vai levar um tempo para passar, mas isso não diminui o meu amor por você, Maiara você não poderia ter deixado ficar nesse estado, olha como você está, sem se alimentar, sem tomar os medicamentos, por que você fez isso?
Mai: E o que adiantaria? Se eu não tinha seu perdão, eu não tinha mais motivo nenhum pra sorrir!. Isso me doeu no fundo, eu apenas abracei ela forte, mesmo com as poucas forças que ela tinha eu pude sentir seu abraço apertado.
Mara: Agora você vai tomar seu remédio para ficar boa dessa inflamação da garganta e baixar essa febre!
Mai: Eu só tomo se você me prometer uma coisa!
Mara: O que meu bebê?
Mai: Que você não vai sair daqui!
Mara: Tá bom, te prometo, agora toma!. Entrego a ela o remédio e a água e ela toma, deitamos de novo, fiquei acariciando os fios ruivos dela enquanto ela respirava fundo voltando ao seu sono.
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Destinos
FanfictionEssa história conta a vida de duas cantoras brasileiras do sertanejo, que além de irmãs gêmeas dividem o mesmo sonho, cantar. Tudo vai bem na vida profissional delas, mas elas ainda se encontram perdidas no amor, procuram por algo que não sabem onde...