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Capítulo três: O último romântico.

Por: Meredith Grey.

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A vida é muito curta para ser gasta nutrindo animosidade ou registrando erros.


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No sábado me reuni com a equipe para decidir o tema do nosso roteiro, tive sorte por me dar bem com todos os meus colegas de classe, então Fernanda, Hugo e eu cuidaremos do roteiro, Penélope, Gabriela e Charles cuidaria da parte da direção e cenário, Jacob, Victor, Alan, Julia e Cassia atuariam.

Planejamos assim e confirmariamos na segunda com nosso professor para saber se poderia, eu não queria atuar mesmo em uma peça da faculdade, eu era a pessoa que ficava por trás das câmeras.

- bom... As regras são claras, posso fazer um rascunho hoje, amanhã a tarde mando por e-mail, vocês podem dizer o que acham... E se tiver bom dar um ajustes... Modificar até chegar ao melhor.

- ótimo... Você manda bem na escrita.

- valeu.

- então vamos esperar.

Acertamos mais alguns detalhes então voltei pra casa, Richard já deveria ter chegado a essa hora, ele avisou que seu vôo chegaria às duas da tarde e agora já era quase quatro, seu aniversário era amanhã e como todos os anos desde que Adele morreu só sairíamos para jantar, nós três, eu entendia suas raz
ões, meus pais morreram um dia depois do meu aniversário, estávamos voltando do acampamento, por que eu adorava acampar, e todos os anos fazíamos isso, no aniversário de Lexie íamos a praia, era a coisa que ela gostava, agora eu não acampava mais, preferia evitar pensar que a última vez que os vi foi ali feliz, rindo em volta da fogueira, cantando músicas antigas e comendo marshmallow, meu pai tocando violão, e depois da terceira música ele passava pra mim dizendo que seus dedos doíam, mas era só desculpa, foi ele quem me ensinou a tocar, então me fazia cantar sua música favorita, ele e minha mãe se abraçavam e as vezes ela até chorava por que foi por causa dessa música que eles se conheceram durante uma festa de fogueira da faculdade, fazia seis anos que eu não tocava essa música por que agora me fazia chorar e lembrar que nunca mais veria os olhos dele brilhando enquanto olhava para ela, que foi por causa dele que me apaixonei por livros, e que ele nunca mais falaria "Mer, os livros são a forma mais rápida de se viajar para outro lugar", meu pai era professor de literatura inglesa, já minha mãe era enfermeira, daí vem os gostos diferentes das filhas, mas ainda sim eles se amaram mais que qualquer casal literário que já li, meu pai trazia flores pra minha mãe todas as sextas-feiras, sempre um tipo diferente acompanhado de um bilhetinho que no final tinha "para minha alma gêmea", eu não esperava demais de outros homens só por que lia muito, mas por que morei por 17 anos com o "último romântico", não dava pra esperar menos que isso.

- padrinho - sorri verdadeiramente animada ao ver ele sentado no sofá da sala lendo o jornal.

- merzinha - ele levantou e me abraçou por um longo tempo - que saudade.

- eu também estava... Me conta como foi a viagem?

- cansativa como sempre - sentamos juntos.

Richard começou a contar todos detalhes, Lexie chegou logo depois e se juntou para ouvir também, quando terminou entregou os presentes que comprou, contou sobre a próxima viagem que faria, pedi licença explicando que precisava terminar um trabalho, para enviar, falei sobre o que era e ele entendeu.

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