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~•~

Capítulo dezessete: uma outra versão dele.

Por: Meredith Grey.

~•~


"E não há cura para isso,
a menos que encontres alguém
que compreenda realmente o que sentes
e te saiba ajudar..."


~•~


As duas cervejas antes do discurso viraram quatro, nos juntamos a Alex e Lexie, outro amigo de DeLuca também chegou, Mark, e ele conhecia minha irmãzinha, DeLuca me deu um olhar tipo "você sabia disso?" E não eu não fazia ideia, ficamos os cinco conversando, acho que era a primeira vez nós últimos anos que eu não me senti desconfortável no meio de três homens, mesmo que Lexie não estivesse ali acho que não ficaria, mesmo com o olhar do riquinho sempre em cima de mim, parecia confuso ou algo assim, já passava das dez da noite quando ele pediu licença e seguiu até o palco onde a banda só tocava músicas que foram trilha sonora de filmes dos anos 80 e 90, ele subiu no palco e cuxixou para o cantor que concordou, entregou o microfone e então DeLuca pediu a atenção de todos, seus pais se aproximaram e todos se voltaram naquela direção para ouvir.

- como tradição todo ano desde que aprendi a formar frases meu pai me força a vir aqui falar dele... - todos riram - brincadeira, só a parte que me força, mas aos dez anos eu fiz meu primeiro discurso e tive certeza que poderia ser um político como ele - as pessoas voltaram a rir, eu também estava rindo - sem rodeios - ele pegou a folha de papel no bolso - já fiz isso tantas vezes que talvez esse seja só uma cópia barata de outro discurso com palavras mais bonitas que aprendi na faculdade - sério? Ele gostava de fazer piadas, sim, ele fazia muitas, mas as que fazia pra mim eram pesadas - "mãe, pai! Primeiro eu amo vocês!"

Olhei os pais dele mas perto do palco abraçados.

- "segundo: eu tenho sorte por ter vocês, dois pais tão diferentes, mas que se completam... Tenho orgulho do homem íntegro que você é, não apenas do deputado que todos conhecem, mas do marido amoroso, do pai presente, o cara que sempre está comigo, que sempre cuida da família, do homem que faz a minha mãe feliz... Mãe... - a voz dele estava embargada, eu tentava segurar as lágrimas, mesmo já tendo ouvindo o discurso - acho que sou o filho com mais sorte no mundo, você deixou sua carreira para trás e se dedicou a ser esposa e mãe, e faz isso com tanta graça todos os dias, mesmo agora que já sei me virar, eu não sei como seria não ter você... Não ter vocês, eu tenho orgulho de ser filhos de vocês, e espero ter a sorte de achar alguém que me ame assim, que seja diferente, que seja provocador, que mesmo sendo opostos a gente se complete... Eu quero ter a sorte de falar para o meu filho que a mãe dele é tão linda e gentil, que vai contar histórias de filmes antigos pra que ele durma, que vai amar ele tanto quanto você me ama, quero saber que meu filho tem tanto orgulho de mim, quanto eu tenho de você pai... E por fim, que vocês tenham muitos aniversário de casamento cheio de amor como tem sido os últimos anos..." Agora eu quero convidar a todas a levantarem seus copos, taças ou cervejas para fazermos um brinde ao casal.

Todos levantaram.

- um brinde a Elise e Bernardo.

E um coral murmurou "a Elise e Bernardo".

  DeLuca devolveu o microfone e desceu do palco, abraçou os pais e os três seguiram até onde estávamos, Bernardo sorriu e Elise me olhou como se já me conhecesse.

- você é a Meredith certo?

- sim! Como sabe?

- meu filho anda falando bastante sobre você - seu sorriso maternal me lembrou Susan, e me fez ter saudades dela.

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