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Capítulo cinquenta e sete: sobre ser quem é.
Por: Meredith Grey.
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Ninguém pode prepará-lo para o amor e para o medo.
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Quando voltamos para o quarto convenci Andrew a tomar banho, ele bêbado era ainda mais galanteador e muito mais saidinho, o ajudei com suas roupas e tirei a que usava também, entramos juntos e ele gemeu com a frieza da água.
- você não me ama - ele reclamou tremendo em baixo da água.
- claro que amo, por isso estou aqui te banhando.
- então me dá um beijo - ele pediu.
Só balancei a cabeça rindo, mas lhe dei um beijo, parecia que agora o efeito do álcool estava menor, o deixei embaixo da água por um tempo e depois saímos juntos, Andrew foi para o quarto reclamando do frio e eu fui tentar me livrar da maquiagem, quando consegui vesti o mesmo moletom e minha calcinha, voltei para o quarto esperando encontrar Andrew no mínimo capotado na cama, mas ele estava sentado segurando uma caixa retangular meio achatada.
- o que é isso?
- seu presente de aniversário atrasado... - ele me olhou sério.
- como se sente? - perguntei sentando na frente dele.
- bem, o banho ajudou... Abre - seu pedido era gentil. Andrew me entregou a caixa.
Fiquei olhando para ele antes de tomar coragem de abrir, sempre que a expressão de Andrew assumiu esse ar sério sentia um frio na barriga. Abri a caixa e tentei entender o que era, a primeira coisa era um desenho, não era exatamente um desenho, era uma arte digital que foi impressa, era uma capa de livro do meu livro.
- fez outra?
- sim... Agora com o livro pronto tentei trazer referencia da história para a capa.
- ficou linda... Muito... A outra já era, mas essa tá perfeita - falei meio boba.
- que bom que gostou... Olha o restante.
Deixei a folha de lado e olhei o que mais tinha na caixa, que não era muita coisa além do meu primeiro rascunho que entreguei para Andrew ler e estava cheio de marcações, uma caixinha de veludo retangular de veludo, abri e vi a caneta linda com meu nome gravado, embaixo de tudo um papel pequeno quadrado com algumas informações sobre valores.
- não entendi - falei lendo outra vez o que havia naquele papel.
- mandei seu livro para várias editoras, essa foi sua primeira oferta, e começou com a melhor.
- você mandou? - por que?
- mandei, você fez algo incrível, e eu sei que está com medo de receber a rejeição... Tem medo de deixar as pessoas conhecerem esse seu lado magnífico...
- você mandou o meu livro para editoras? - perguntei em choque, minha voz saiu estranha.
- está com raiva?