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Capítulo quinze: assuntos difíceis de ser falado.
Por: Meredith Grey.
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O "ele já desce" demorou uns vinte minutos, mas aconteceu, DeLuca desceu devagar e demorou pra me notar, mas eu o notei, cabelo molhado as ondas bem visíveis como as do pai, usava uma camisa regata e bermudão, quando me notou ali mostrou uma expressão de surpresa e não uma boa, terminou de descer as escadas na mesma tranquilidade.
- oi - levantei do sofá - seu pai abriu a porta - expliquei.
- onde ele está?
- precisou sair... - me senti sem jeito naquela casa diante dele que parecia não ter gostado de me ver.
- e o que quer? - sua pergunta saiu um tanto rude.
- ok! - tomei fôlego, merecia o tratamento - quero me desculpar por ter sido rude no domingo, você só estava me ajudando.
- estava.
- eu sei... Por isso tô aqui.
- só percebeu hoje?
- não, mas tive uma inspiração depois da sua visita, passei os últimos dias escrevendo quase que o tempo todo, isso deixou minha irmã seriamente preocupada na verdade - soltei uma risadinha nervosa - e eu trouxe respostas - falei pra ver se ele reagia de forma positiva.
- tá tentando comprar minhas desculpas com capítulos? - DeLuca perguntou desconfiado.
- se for, deu certo? - sorri pra ele.
- talvez - ele se aproximou mais e pegou o envelope.
- revisei os primeiros capítulos, trouxe com as mudanças para poder dar sua opinião - continuei - pode ler e depois me diz o que achou.
- veio aqui só pra isso?
- sim, ia mandar por e-mail os capítulos, e um texto tipo "as vezes sou meio idiota, desculpa" - murmurei, e ele finalmente riu - mas minha mãe dizia que não se pede desculpas por mensagem.
- beleza - o rosto dele assumiu uma expressão estranha, parecia meio sem jeito de repente.
- já vou indo, só queria te entregar mesmo.
- hum - ele exitou, continuei parada esperando o que ia falar - no próximo final de semana vai ser o aniversário de casamento dos meus pais.
- você comentou.
- quer vir? Eu falei de você pro meu pai... Ele sugeriu já que somos ... Amigos, somos amigos?
- bom, você é a primeira pessoa a ler o que escrevo.
- depois do professor - ele me lembrou.
- mas ele é professor, e só faz isso por que o meu pai era muito amigo dele, ele me viu criança - contei dando de ombros.
- certo... Então amigos?
- é, amigos - concordei.
- a festa vai ser a fantasia... Minha mãe adora... O tema vai ser filmes dos anos 80 e 90.
- que legal.
- é... Você vem?
- sim, tem problema trazer minha irmã? - perguntei, eu não queria estar sozinha no meio de estranhos.
- não... Então as duas, as nove - ele sorriu um pouco.
- é... Eu acho que já que somos amigos preciso te contar uma coisa - murmurei nervosa.