~•~
Capítulo noventa: a data do nosso casamento.
Por: Meredith Grey.
~•~
Às vezes há beleza nas palavras difíceis – está tudo em como você as lê.
~•~
Senti meu peito inflar, inflar tanto que parecia esmagar minha caixa torácica, era só uma sensação, era a sensação de querer explodir de orgulho, Andrew estava vivendo a sensação da conquista das suas próprias vitórias, e isso era algo que ninguém poderia tirar, minha mãe sempre dizia "podem te roubar tudo, menos o conhecimento que você adquiri, estudos! Eles são seus para sempre, assim como as suas vitórias, por isso devemos lutar por cada uma, sem procurar atalhos, atalhos roubam a beleza da vitória" ... Minha mãe adorava dar esses sermões longos e cheios de metáforas, cheios principalmente de sabedoria.
Estava me sentindo cheia de orgulho, e não era a única, Elise enxugava suas lágrimas, Bernardo tinha os braços em volta da esposa de um jeito amoroso, eles eram tão fofos e lindos juntos, eu queria mesmo ter isso com Andrew, algo bonito, duradouro.
- você mandou muito bem garoto, firme e objetivo - Bernardo falou quando Andrew parou diante de nós - parabéns filho, tô orgulhoso.
- os treinamentos de discursos esses anos todos foi bom.
- tudo parte do meu plano - Bernardo riu.
Elise passou uns cinco minutos abraçando o filho e chorando, eu acho que nunca tinha visto ela chorar tanto, e não era de tristeza, era orgulho, uma mãe chorando de orgulho era lindo, deveria ser um sentimento genuíno esse, amar tanto alguém, amar alguém tão incondicionalmente, chorar de orgulho e não ter vergonha disso.
- mãe, tá bom... Foi só um prêmio, um pouco de grana e uma exibição em um festival - Andrew tentou brincar.
- só? - Elise se alinhou e olhou o filho.
- claro, esse será só o primeiro.
~•~
A festa estava muito divertida, Lúcio apresentou Andrew para várias pessoas, os pais dele conversavam com todos, todos sabiam quem era Bernardo, mas como sempre Andrew estava usando o sobrenome da mãe, o que deixou Lúcio surpreso ao descobrir que Andrew era filho do deputado, entendia um pouco a questão da influência, mas Andrew estava conquistando o próprio lugar, sem ajuda.
- EU TENHO UM PRESENTE PARA VOCÊ - falei um tempo depois, um bom tempo depois, já estávamos animados, a música ajudava nisso, também esperei os pais de Andrew irem embora, não queria falar isso e ele querer ir com os pais ainda ali na festa.
- tem?
- precisamos dar tchau - murmurei - e vai ter que me deixar dirigir.
- por que?
- porque você bebeu mais do que eu - na verdade eu não estava bebendo intencionalmente.
- e para onde vai me levar?
- ao paraíso - brinquei.