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Capítulo: cinquenta e quatro.

Por: Andrew DeLuca.

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Amar é querer ver a outra pessoa feliz

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As semanas pareciam estar naquela velha monotonia de sempre, mas algo mudou, não era mais faculdade, casa, balada, e tudo de novo, algo mudou e não foi apenas a minha rotina, Meredith ocupava parte do meu dia, depois de todo o drama do acidente, de reconhecer ela e me apaixonar outra vez, nós achamos nossa ritmo, eu a via todos os dias na faculdade, implicava com ela, refultava suas falas durante as aulas, lhe roubava beijos após a aula, então ela ia trabalhar, eu voltava pra casa e começava a trabalhar em um novo projeto, não era bem novo, estava preparando o livro de Meredith para ser entregue as editoras, ela não pediu, e ela não sabia, e também não mandou ou falou que mandaria, mas eu não ia deixar algo assim ficar criando poeira.

Minhas semanas usando a tipóia acabaram e eu comecei a fisioterapia, nunca pensei que poderia doer tanto algo que já estava sarado, mas os dias sem mexer não foram bons, era só o primeiro dia, ainda teria duas semanas até meu aniversário e esperava que até lá eu estivesse bem melhor, deixar para trás todos os resquícios daquele acidente, apesar de que eu não havia lembrado de mais nada, os flash diminuíram, eu não lembrei de tantas coisas, a psicóloga que estava me acompanhando (não por minha escolha) foi ideia de Elise, ela quem marcou e me mandou ir, e como um filho obediente, mesmo sem querer fui, faziam duas semanas, mas isso também não ajudou em nada.

A fisioterapia que me fazia quase chorar surtiu mais efeito em seu primeiro dia.

- finalmente livre daquela tipóia - comemorei após o final da primeira seção de fisioterapia.

- você vai querer manter a posição do braço como se estivesse na tipóia, isso é normal... Foram dias assim, mas lembre-se de sempre esticar, de fazer os exercícios, se sentir dor tem os seus remédios... Nos vemos na próxima semana.

- valeu.

Outra coisa boa, me livrei da tipóia e pude voltar a dirigir, na verdade, na última semana já estava fazendo isso, mantinha meu braço dobrado e segurava o volante na parte de baixo e com a mão boa, vantagens de carro automático, mas oficialmente aquele era o primeiro dia livre, aproveitei e fui busca minha namorada no trabalho, parei o carro perto da calçada e desci, me apoiei nele e fiquei esperando até Meredith sair acompanhada da outra secretária de Bernardo, as duas me viram, Helena era só um pouco mais velha que Meredith, ela me cumprimentou e deu tchau para Meredith que alargou mais seu sorriso.

- oi.

- oi -  no seu jeitinho de menina ela se jogou em meus braços, e finalmente a envolvi do jeito que queria - você se livrou da tipóia.

- finalmente - concordei, abracei mais ela e fiquei assim por uns minutos, ela não se moveu.

- senti falta desse abraço - ela falou baixinho com sua cabeça deitada em meu peito.

- acredite, eu também - mesmo sem lembrar.

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Como falei rotina, estudar, fazer coisas, esperar para ver Meredith, e tudo de novo no outro dia, nenhuma novidade, nada mudando, nunca percebi, mas minha vida era bem comum, vivia bem por que meu pai ganhava bem, tinha uma vida tranquila, por causa dele, sem nenhum esforço meu, por que nunca me importei com isso antes? Quem era eu, e o que estava acontecendo com a minha vida? Na semana do meu aniversário (por falta do que fazer) comecei a montar um curta metragem, já havia enviado os primeiros capítulos para todas as editoras da cidade, agora só restava esperar.

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