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Capítulo quarenta e dois: Olá estranho.
Por: Andrew DeLuca.
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Nem sempre podemos fazer o que queremos. Às vezes precisamos fazer o que é certo.
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Fiquei mais duas semanas no hospital e depois recebi alta, o médico me pediu mais uns dias em casa de repouso, evitando esforços, e se tudo estivesse bem poderia voltar a minha vida quase normal, por que o braço ia demorar para melhorar, e essa era a parte chata, pelo menos foi o lado esquerdo, conseguia fazer tudo com o direito. Os dias nos hospital foram preenchidos pelas visitas de Meredith, mas depois da nossa conversa profunda sobre eu merecer ou não o amor dela nós não falamos mais sobre sentimentos, ela contava coisas que fizemos, me atualizava sobre a faculdade, contou a história do tal livro do professor e que nós apostamos sobre ele falar ou não sobre "o idiota" de Dostoiévski, e eu perdi a aposta o que me pareceu comum, Alex também me visitou e os dois ficaram por um tempo jogando e rindo, Meredith parecia leve nesse momento, diferente de quando estava Só comigo, ela parecia sempre estar pisando em ovos.
Outra coisa que eu não sabia: ela ia trabalhar com meu pai, já deveria ter começado, mas ele viajou, isso foi interessante, então na semana que voltei para casa a vi menos após a faculdade ela ia para o gabinete e só depois disso vinha me ver, me atualizava sobre a faculdade e depois ia embora, todos os dias ela fez isso, mas parecia que estava sendo criada uma distância entre nós, uma de uma proximidade que eu não lembro, mas que eu senti, por algum motivo senti.
- quando será que posso voltar a faculdade? - perguntei para o médico durante a consulta uma semana depois de ter recebido alta.
- seus exames estão ótimos, você é um milagre garoto, para o estado que chegou aqui já estar andando e falando.
- sou cabeça dura - brinquei, e Elise bufou
- vou te pedir mais uma semana de repouso, se estiver bem te libero, ambientes lotados podem ser prejudiciais.
- ok, mais uma semana... Sou capaz de suportar.
O que seria mais uma semana?
Naquele mesmo dia depois de voltar para casa tive uma dor de cabeça terrível, parecia praga do médico, Elise se preocupou queria me levar de volta ao hospital, mas o médico disse que poderia sentir, eu senti nos dois primeiros dias após a alta, mas não depois disso, quando Meredith chegou estava no quarto com tudo desligado, só um abajur ligado na mesa longe da minha cama, por seus passos suaves imaginei que ela já sabia que eu estava mal, ela sentou na cama e pegou minha mão.
- oi - ela falou baixinho.
- oi.
- não melhorou?
- não... - apertei os olhos com força - como você está?
- preocupada com você - Meredith falava baixinho, mas deu de notar a preocupação em sua voz - o que posso fazer?
- acho que nesse caso só resta esperar passar.
- quer que eu vá embora?