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Capítulo sessenta e oito: um pedido de desculpas a la'Meredith.

Por: Meredith Grey.

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Escolher a pessoa com quem você quer dividir sua vida, é uma das decisões mais importantes que qualquer um pode fazer, sempre. Porque quando dá errado, deixa sua vida cinza.

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Parei na porta da sala e Andrew já estava lá, parecia que eu quem havia voltado no tempo e não Nicolas, caramba eu me tornei um personagem do meu livro, agora teria que arrumar a merda que fiz.

- oi - parei na frente dele.

- oi.

- Andrew....

- agora não... Não quero conversar - ele me olhou nos olhos, eu o magoei de verdade.

- tudo bem - fui para o meu lugar.

As aulas pareciam se arrastar até chegar a hora da aula de Edmund, estava tendo um pequeno infarto, ele seguiu sua aula normal, só no final começou a entrar no nosso plano, apertei minha barriga com os braços, estava passando mal, ia fazer algo que não gostava, chamar atenção pra mim.

- quero citar um autor novo, vamos falar um pouco sobre ele - Edmund pegou seu caderno - "quer saber o que realmente é o amor? O amor é essa merda toda que todos fogem - começou a ler o que lhe mandei essa manhã - esse nada que tentamos não sentir, é aquele vazio solitário, cheio de farrapos ... E buracos que tentamos encobrir com alguns remendos mal feitos, o amor é terrível, ele te alcança e te machuca, você pega tudo isso e entrega a alguém e fala "tome pra si esses retalhos, esses farrapos, esse bocado de coisas jogadas dentro de um baú velho" - Edmund terminou de ler e ficou em silêncio por uns segundos e depois perguntou - o que acham?

- eu discordo - era Andrew - o amor não é isso... O amor é a maior sorte da vida, só que algumas pessoas não sabem apreciar.

Aí essa doeu.

Levantei minha mão, era minha deixa.

- Grey!

- eu concordo com o pensamento - falei, senti o olhar atrás de mim.

- concorda? - Edmund perguntou fingindo surpresa.

- concordo... Não é óbvio? - arregalei os olhos.

- explique por favor - ele gesticulou para que fosse a frente, eu odiava quando ele fazia isso, mas dessa vez teria que ir, era parte do plano que ele me ajudou a executar.

Levantei e fui até perto da sua mesa, parei ao seu lado, Andrew me olhou cheio de questionamentos, arranhei a garganta.

- ok! - fiz uma careta - olha em volta, ninguém tá inteiro, e quem tá inteiro tem o que??? 10% de chances de achar um outro alguém inteiro? Se você não está ou não esteve na merda, um dia vai estar... E se não acontecer - fiz uma pausa dramática, Andrew me olhava frustrado - que sorte a sua - fiz meus colegas rirem - estamos machucados, rasgados... Cheios de coisas que não sabemos lidar, mas de vez enquanto aparece alguém, um alguém bom pra cacete que te concerta, que acha seus retalhos e farrapos lindos, e faz uma colcha de restalhos para deitar, se esquentar, e esses retalhos remendados se tornam um lugar seguro.... E como pode? O amor que tinha para dar, um bocado de restalhos, ser amor bom para alguém? O amor não é uma merda, mas a pessoa que incarrega muitas vezes está nela e não quer se permitir sentir por que está muito rasgado.

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