~•~
Capítulo quarenta e três: não fale sem pensar.
Por: Andrew DeLuca.
~•~
Você tem brincado na parte rasa, onde é seguro. Não é aí que encontrará o amor. Para encontrá-lo, você precisa mergulhar mais fundo.
~•~
Aquela semana foi de enlouquecer, seguia na rotina de esperar por Meredith, Alex também vinha todos os dias e Mark, alguns outro amigos ligaram e mandaram mensagem quando souberam do acidente, eu me sentia bem, até meu ombro estava melhor, conseguia fazer alguns movimentos, mas ainda ia demorar pra estar 100%, já havia se passado mais de um mês do acidente, o processo mais demorado era a recuperação do osso quebrado, esse eu teria que realmente ter paciência, mas no geral eu estava bem, minha recuperação do trauma foi melhor do que previsto.- e a minha memória?
- esse é o nosso mistério, algumas pessoas recuperam com dias, outras meses e alguma anos ou nunca, não existem algo que possa ser feito.
- então eu posso nunca lembrar? - questionei.
- existe uma chance, mas também existe a de em algum momento lembrar.
- e eu já posso voltar para a a faculdade?
- pode, mas ainda tem que ter cuidado, se sentir alguma dor ou tontura.
- tudo bem.
Naquele mesmo dia Meredith foi em casa, conversamos muito, falei da consulta, mas não falei que estava liberado para voltar a faculdade, pensei em fazer uma surpresa para ela, um mês do acidente, foi o tempo que levei para me apaixonar por ela! Mas agora não aconteceu, eu gostava dela, da sua companhia, entendia o que me fez gostar dela, mas não estava apaixonado, isso era assustador, e se não acontecesse dessa vez?
- está pensativo - meu pai me viu no sofá da sala depois de Meredith ir embora, sentou ao meu lado e fez sua pergunta silenciosa.
- faz mais de um mês do acidente.
- eu sei.
- eu estou pensando que gosto de Meredith, mas não estou apaixonado... E só levou um mês para gostar dela.
Bernardo me deu um olhar de "coitado", balançou a cabeça e sorriu.
- você lembra da peça que apresentaram?
- lembro.
- você não vai admitir, mas tinha alguma coisa ali.
- não tinha - afirmei.
- viu. Mas ok! Sabe a tarde que foi a galeria?
- sim!
- o que trouxe com você? - meu pai perguntou mesmo sabendo - corrigindo o que comprou depois daquela tarde?
- o quadro.
- o quadro!
- o quadro que ela olhava - eu não lembrava dos detalhes da nossa conversa, mas falamos sobre o casal da tela.