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Capítulo cento e quinze: Não suporto ver nem ouvir.Por: Meredith Grey.
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O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela.
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Acordei sentido cada parte do meu corpo dolorido, minha cabeça parecia pesar 100kg, sentia o aperto firme em minha mão e a umidade nela, virei meu rosto devagar e encontrei Andrew com a cabeça deitada ao lado da minha mão, a umidade eram suas lágrimas, tentei lembrar do que tinha acontecido, O ACIDENTE! Engoli devagar sentindo minha garganta seca, não tinha certeza do que aconteceu, só lembro de sentir o impacto e depois estávamos capotando, e em seguida nada.
- á...gua - pedi muito baixo.
Andrew levantou a cabeça e limpou o rosto, ele não falou nada, só pegou o copo e aproximou o canudo da minha boca, bebi devagar sentindo pelo menos aquele incômodo melhorar, não o suficiente.
- sabe quem eu sou? - ele perguntou aflito.
- An...drew.
- sabe o que somos? - tinha uma dor imensa em seus olhos, um medo dilacerante, imaginei porque dá pergunta
- o amor... da minha... vida - sussurrei sentido o incomodo na garganta.
- graças a Deus - ele beijou minha testa.
- eu... Tô bem?
- sim.
- nosso filho? - pedi.
- não - Andrew baixou o olhar.
- perdi? - minha voz mal saiu.
- sim - Andrew voltou a esconder o rosto em minha mão - eles tentaram... Mas ele era muito pequeno - ouvi seu choro.
- desculpa - agora eu também estava chorando.
- não foi sua culpa... foi um acidente, vou chamar o médico, sua irmã quer te ver.
- não quero ver ninguém - murmurei - só você - pedi baixinho.
- amor!
- por... favor - implorei sentindo como se minha garganta estivesse fechando.
- tudo bem.
Andrew saiu e um tempo depois voltou junto com o médico que me fez várias perguntas, as respondi devagar, perguntei por que doía tanto, ele explicou, também falou que ficaria uns dias no hospital, e de repouso, apenas concordei, ainda fui levada para fazer alguns exames, depois voltei a dormir, acordei não sei quanto tempo depois, Andrew estava novamente sentado ao meu lado segurando minha mão, sentia uma dor física, uma dor emocional, não sabia qual era a pior.
- que horas são? - sussurrei.
- oi... umas quatro da manhã - ele me olhou tristonho, imaginava o que ele estava pensando.