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Capítulo cinquenta e três: não bastava ser inteligente, tinha que ser linda.Por: Meredith Grey
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"Os ciumentos não precisam de causa para o ciúme: têm ciúme, nada mais. O ciúme é monstro que se gera em si mesmo e de si nasce"~•~
Quando voltamos para casa depois do passeio Andrew se jogou na cama e acabou dormindo, consegui isso também, mas levantei um pouco antes e fui me arrumar, escolhi minhas roupas com cuidado, uma camisa azul xadrez, na verdade era um vestido no modelo de uma camisa social, peguei as meia calça térmica, por fora parecia ser meia calça preta, mas ia me deixar aquecida, botas com salto grosso não muito alto, cheia de fivelas prata, depois de escolher as roupas fui para a parte mais demorada, ajeitei o cabelo o deixando liso, sem nenhuma onda, quando ele ficava assim parecia até mais claro, depois fui para a maquiagem olhos bem marcados, um pouco de brilho, batom suave, eu acho que Andrew não tinha uma boa lembrança de mim assim.
Quando estava maquiada fui até a cama, deitei ao seu lado e chamei seu nome baixinho.
- oi linda - ele respondeu sem abrir os olhos.
- hora de acordar, são quase onze.
- tudo bem - ele falou, esperei até Andrew abrir os olhos - puta merda.
- o que? - fingi inocência.
- você tá gata pra caramba - Andrew falou meio bobo - eu não vou te deixar sair assim.
- por que não?
- um monte de cara vai ficar te olhando - ele falou.
- mas eu vou estar com você.
- mesmo assim... Nossa você é linda demais - ele passou os dedos por meu rosto - tá tentando me deixar mais apaixonado?
- claro, nunca é suficiente - brinquei - vem, vamos logo - ia levantar, mas ele me segurou.
- vamos ficar aqui.
- nem pensar... Vamos socializar - me esquivei dele.
Usava um vestidinho simples, o tirei para vestir o outro, Andrew parecia capaz de me devorar com os olhos, eu nunca gostei tanto de ter o olhar de um homem sobre mim, nem antes de tudo, eu gostava, mas era diferente, e Andrew me olhava diferente, eu não me via voltando a ser a garota que me tornei depois de perder meus pais, usar roupas tão provocantes, mas gostava de não ter tanto medo de ser eu, de provocar olhares, eu sabia que nada lá fora havia mudado, só dentro de mim, os homens (não todos) ainda achavam que tinham direito de fazer qualquer coisa com uma mulher por causa das suas roupas, eu tinha consciência que isso não mudou, mas Andrew me afirmou algo que eu não queria aceitar, que eu não deveria deixar de ser eu por causa disso, então agora encontraria um meio termo, uma versão minha que me fizesse bem.
- sem ofensas a sua beleza que é única independente de roupas e maquiagem - Andrew falou sentando na cama e me olhando me arrumar.
- mas?
- você está um espetáculo
- pode falar que gostou da minha versão bem vestida - falei rindo.