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Capítulo dois: o garoto com a vida perfeita.

Por: Andrew DeLuca.

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Os homens distinguem-se entre si também neste caso: alguns primeiro pensam, depois falam e, em seguida, agem; outros, ao contrário, primeiro falam, depois agem e, por fim, pensam.


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Já dizia Dante Alighieri "O mundo é cego, e tu vens exatamente dele". Eu entendia aquilo como uma crítica a nós mesmo e nosso modo de só ver o que nos favorece, crescendo em uma vida exorcizada por pessoas que não se importavam com quem vem depois deles, estão preocupados apenas com o "seu momento", era nisso que eu em breve basearia minha tese de conclusão de curso, em dois anos, sabia que ainda faltava muito, mas pretendia começar logo, quando decidi estudar literatura inglesa não foi exatamente por querer ser escritor o seguir qualquer carreira naquela área de atuação, pretendia ser cineasta, mais especificamente roterista.

Meu pai é um político famoso por suas obras de caridade, minha mãe uma musicista que agora vive apenas da sua fama, mas já foi conhecida por muitos lugares, principalmente na Itália onde viveu a maior parte da vida antes de conhecer meu pai que estava de férias, eles se apaixonaram perdidamente, viveram um grande romance de verão, então ele precisou voltar para os Estados Unidos por causa da sua carreira na política, foi quando pediu para minha mãe voltar junto, mas ela tinha apenas vinte e quatro anos e ele já tinha trinta e cinco, meu pai conta que por um momento achou que nunca mais teria ela ao seu lado, principalmente por que em toda a Itália se ouvia falar de Elise Bianchi, cantora e musicista, mas o amor falou mais alto e eles viajaram juntos, um ano depois do verão de suas vidas eles casaram e seis meses depois do casamento minha mãe abriu mão da sua carreira para ser mãe, MINHA MÃE! Ela diz nunca ter se arrependido, a carreira política do meu pai só alavancou depois do casamento, atualmente ele é deputado e seu desejo é chegar no senado e talvez um dia a presidência.
 
A questão é que com pais tão diferentes cresci entre os dois mundos e podendo escolher como seguir minha vida, fazer minhas escolhas, mas o que mais me incentivou a querer ser cineasta foi minha mãe e sua paixão por filmes antigos, minhas histórias de dormir eram romances também de época, aos cinco anos já recitava poemas e aprendia sobre política, a biblioteca da nossa casa era quase cômica, um lado era todo de romances e poesia e o outro lado livros sobre política, leis e qualquer coisa que envolvesse o desenvolvimento da humanidade, 2345 livros atualmente, já havia lido metade, principalmente no lado da minha mãe, tinha grande preparação para falar sobre a maioria dos autores que estudávamos, e ainda sim nunca conseguia ganhar da garota loira que sentava a minha esquerda, uma garota petulante que se achava melhor que todos ali, em todas as aulas, todas sem excessão de nenhuma, se um professor pedisse nossa opinião sua mão levantava na mesma hora, do meu lugar uma fileira atrás e quatro cadeiras a sua direita via os anéis brilhando seus dedos e suas unhas sempre pintadas de lilás, linda, de cabelos loiros que estavam sempre presos, em dois anos estudando com ela nunca vi um dia eles livres do seu cárcere, ou estavam em um coque bem arrumado, sempre presos sem fios soltos como se não quisesse que alguém os tocasse, seus olhos azuis com um toque de verde bem sutil, corpo magro mas bem definido, inteligente, mas ainda sim petulante, se sentia dona da razão, insuportável com seu jeito superior, linda até abrir a boca e se achar melhor que todos a sua volta, seria a garota perfeita se não fosse tão insuportável.

- alguém quer falar?

E lá estava a mãozinha levantada outra vez, unhas pintada de lilás e três anéis um no dedo indicador, um no dedo do meio e um no midinho, a loira não me parecia muito vaidosa, sempre com pouca maquiagem ou nenhuma, suas roupas não eram feias, mas não era como das outras garotas, sua maior vaidade aparente eram seus anéis que sempre estava ali.

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