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Capítulo sete: pobre garota órfã.
Por: Andrew DeLuca.
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"Com aquela medida que o homem usa para medir a si mesmo, mede as suas coisas.”
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Olhei a cadeira da Grey vazia outra vez, entranho ela ter vindo a aula no dia do aniversário de morte dos pais e hoje não, mas isso não era exatamente da minha conta, até que não ter ela sendo insuportavelmente espertinha foi bom, tivemos uma aula normal, acho que poderia até me acostumar com isso, como era sexta outra vez a galera estava planejando uma saída a noite pra uma boate.
- alguém tem o número da Grey? Na quarta foi aniversário dela, talvez queira comemorar hoje.
- eu tenho - Alícia murmurou.
- aniversário? - perguntei.
- sim, o professor Edmund que falou - não sabiá?
Não falei mais nada, só neguei com a cabeça, por um momento não senti pena dela, foi outra coisa, ela perdeu os pais um dia depois do seu aniversário! Nossa aquilo era muito pesado, eu até entendia um pouco o fato dela ser tão amargurada, ser tão fria em momentos que exigiam "sentir" como estar doente e ainda sim ser ríspida.
- então Andrew, você vai?
- vou - concordei - vou sim, podem contar comigo.
- beleza...
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- Andy? Tudo bem meu amor? - Elise perguntou vindo sentar ao meu lado.
- sim, é... Eu acho que sim - fiz uma careta.
- quer conversar? Parece incomodado.
- tô só pensando que eu tenho sorte - tentei explicar.
- por que exatamente está pensando nisso?
- sabe as garotas que encontramos no cemitério ontem junto com o cara?
- sim, o que tem elas?
- hoje sem querer descobri que no dia anterior foi aniversário de uma delas... A gente nem se dá bem, na verdade ela me odeia - falei dando uma risadinha desanimada - mas fiquei pensando em como seria minha vida sem você e o papai... Ela perdeu eles um dia depois do aniversário, cara isso...
- não deve ser nada fácil... Perder os pais já é difícil, logo depois do seu aniversário, eu nem imagino como ela se sente.
- então... Era isso, só tava pensando o quanto é bom ainda ter vocês - finalizei o assunto.
- e por que ela te odeia? - acho que minha mãe ainda não tinha finalizado, exitei um pouco antes de responder.
- é um sentimento mútuo, ela me acha um riquinho, mimado e esnobe... Eu a acho sabichona, petulante e irritante.
- mas está pensando nela.
- não é nela... É na situação, eu saber que ela perdeu os pais não faz com que seja menos irritante - senti a carranca se formando em meu rosto, saber disso só me fazia pensar que ela deveria ser menos rude.
- qual das duas?
- a loira... A com cara de amargurada - murmurei.
- ela é bonita.
- sim, eu não disse que é feia... - fiz uma careta - Mas ela tá sempre com aquele olhar superior... Uma expressão carrancuda, ela deixa os caras com medo de se aproximar.