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Capítulo noventa e três: a heroína.
Por: Andrew DeLuca.
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Você só pode ajudar alguém que aceita ajuda.
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- ele vai ficar bem.
- eu não quero perder meu pai agora.
- não vai... Bernardo vai lutar para ficar bem - Meredith murmurou.
- eu não entendo... Ele estava bem.
- amor, não tem como saber assim.
Concordei, eu não conseguia pensar nada de bom naquele momento, não queria falar algo e deixar minha mãe mais aflita, mas era difícil não imaginar o pior, temer o pior, ainda não estava pronto para perder meu pai, ele era meu melhor amigo, ele ainda tinha muito o que fazer, muitas viagens com Elise, uma vida toda, até ficarem velhinhos, nesses momentos eu me sentia só um menino, uma criança sem rumo, o medo me invadia, e eu deixava de ser um homem. O tempo pareceu se arrastar até que dois médicos pararam na nossa frente.
- como está meu marido?
- está no pós cirúrgico... Ele vai ficar bem - um deles respondeu.
- jura? - Elise perguntou.
- os paramédicos avisaram que a jovenzinha, aí - o homem alto e esgio indicou Meredith - foi muito astuta.
- como assim? - perguntei olhando para minha noiva, o que ele fez? O que ela fez que não nos contou?
- Meredith - ela falou sem jeito.
- Meredith! - ele repetiu em concordância - ela não exitou em chamar ajuda, seguiu calma e começou a reanimação assim que o deputado perdeu a consciência, isso foi crucial para que ele conseguisse sobreviver... Encontramos sequelas de um infarto silencioso antigo, juntando com esse novo deveria ter sido fatal, mas a ação rápida de Meredith o salvou...
- eu.. só fiz o que pude - Meredith falou sem jeito - minha mãe era enfermeira, me ensinou primeiros socorros.
- parabéns, você o salvou.
- vocês fizeram isso - ela argumentou.
- se você só tivesse esperado o socorro, sem fazer mais nada... NÓS, não teríamos nada o que fazer, por que possivelmente ele estaria morto.
Olhei para minha noiva, o sentimento de gratidão cresceu de forma desproporcional dentro de mim me fazendo a amar ainda mais, me curvei e comecei a chorar em seu ombro, sim, eu era só um menino agora, o medo me desestabilizou, eu acho que não importa a idade que se tenha, o risco de perder seus pais, ou um deles, sempre vai ser demais, nenhum homem por mais valente que seja, se amar os pais vai conseguir ser forte.
- obrigado.
- tudo bem - ela murmurou.
Senti os abraços dela em volta do meu corpo, nunca esqueceria aquelas palavras "ela o salvou", Meredith era capaz de mesmo sem querer me fazer a amar mais, a amar mais só por estar lá com ele, por saber ajudar, era os por ela ser ela.