81.

47 6 2
                                    

~•~

Capítulo oitenta e um: um amor egoísta.

Por: Meredith Grey.

~•~
⁠Nós nos encaramos por um momento, enquanto eu processava o fato de que, assim como ela era meu primeiro amor, de acordo com isso, eu também era sua primeira... paixão.

~•~


Eu tenho uma teoria, uma que possivelmente só faz sentido na minha cabeça, a teoria é a seguinte: o amor entre duas pessoas ele não é como os outros amores, acho que isso é bem óbvio para a maioria das pessoas, o primeiro amor que conhecemos é o dos nossos pais, esse amor molda todo nosso catéter afetivo, como somos tratados na infância refletirá em toda nossa vida, como filho único que tem o amor dos pais unicamente para si, Andrew era essa pessoa, sempre teve o amor unicamente para si, pessoas assim tendem a ser egoísta, algumas de formas ruins, e outras de formas ... Como Andrew, ele era egoísta em relação ao nosso relacionamento, e não de uma forma ruim, talvez egoísta seja a palavra errada, Andrew era extremamente dedicado, um reflexo do que os pais lhe deram, de fato egoísta é a palavra errada, reformulei meu próprio pensamento, Andrew era protetor, seus instintos o levavam a ser alguém que nunca exita em proteger, em amar, em se dedicar, em querer estar perto sempre, o seu "egoísmo" era não querer abrir mão por nada, ele aprendeu a guardar para si tudo, sem dividir.

Realmente não fazia sentido minha teoria, Andrew era a pessoa mais generosa que conheci, mas eu via uma parte dele que não queria me dividir, e só fazia isso por que sabia que eu não era um brinquedo que se esconde, mas a cada segundo me reivindicava para si, era um pensamento absurdo, mas não sem fundamento. A prova disso era que estávamos os dois deitados na pista de dança olhando as estrelas, a festa acabou, todos foram embora, seus pais subiram, a banda foi embora, e a equipe que arrumaria nossa bagunça só chegaria pela manhã, então ficamos só nos dois, Andrew segurava firme a minha mão - ele a reivindicou - estávamos em silêncio a um bom tempo, e não era ruim, era frequente esse silêncio que não necessitava de ser quebrado, só desfrutamos da companhia um do outro, havia muita coisa sendo dita ali, coisas que palavras não poderia expressar, minhas vozes estavam em silêncio, tudo que passava por minha mente era Andrew, o maior que sentia por ele, a gratidão por ele também me amar.

As estrelas foram sumindo dando lugar aos primeiros raios de sol, um espetáculo lindo ver as nuvens mudando, o céu ganhando outra cor, suspirei devagar sentindo certa paz com aquele momento, meu aniversário, Andrew criou uma linda memória para substituir uma que me machucou por anos, lembrar da última noite feliz que tive com meus pais, aquele dia acampando, hoje quando o dia acabasse outra vez eu sabia que a dor não seria como antes.

- quero pedir uma coisa - falei muito baixo, como se fosse um segredo que só ele poderia ouvir, parecia que se eu falasse em um tom normal seria ofensivo ao momento.

- o que quiser, eu dou - Andrew respondeu no mesmo tom, suas palavras me fizeram rir.

- quero comemorar meu aniversário como hoje, começando umas horas antes da meia noite... Quero terminar o dia bem, talvez não triste, mas não quero começar o amanhã comemorando - expliquei.

- apenas isso? - por seu tom de voz parecia algo muito simples a ser cumprido, que bem precisaria ser explicado.

- que você esteja comigo em todos ele - acrescentei.

- TODOS - Andrew concordou.

Voltamos ao silêncio, o sol já estava mais visível. Como não ia amar um ser maravilhoso como Andrew? Testei minha teoria e soltei minha mão da dele fingindo precisar dela para coçar o outro braço, depois voltei para o lugar, mas não peguei a sua, ele a tomou para si outra vez, soltei uma risadinha.

Love storyOnde histórias criam vida. Descubra agora