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Capítulo onze: tudo tem um preço.

Por: Meredith Grey.

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"Eu estarei aqui desde que você me cuide, eu falo contigo assim como você me trata, eu acredito no que você me mostra."

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A primeira semana sem aulas foi a mais torturante, primeira que Lexie não estava falando comigo desde a nossa desavença, tentei evoluir no meu livro mas não deu certo, revisei uma dez vezes aquele primeiro capítulo e ainda não conseguia mudar meu personagem, tentei ler e também não consegui, tentei assistir alguma série e não deu certo, minha mente simplesmente não estava funcionando, me arrumei e decidi sair e passear na cidade, ir até o museu ou a uma galeria, quando sai do quarto vi Lexie entrando, quando me viu ali fez uma careta.

- desculpa!

Ela me ignorou.

- por favor, desculpa... Sabe que eu não quis falar aquilo.

- quis sim... Só não se tocou que está sendo hipócrita.

- por que hipócrita?

- por que você saiu sem parar com um monte de cara... Antes de virar uma falsa moralista.

- eu não virei uma falsa moralista e não transei com um monte de caras... Sei exatamente quantos homens transei.

- e eu não?

- não sei Lexie! Sabe? - não consegui não revidar.

- você não pode me julgar.

- nem você... Eu não preciso mesmo ficar com um cara, e isso não é uma crítica a como vive sua vida, só é como me sinto.

- claro você fica repetindo isso e fugindo.

- tem razão Lexie eu tô fugindo... Fugindo por que toda vez que um cara se aproxima fico imaginando se ele vai puxar meu cabelo até arrancar um tufo dele e me chamar de puta... Tentar arrancar minhas roupas enquanto me chama de vadia oferecida por usar elas... Que é minha culpa o que vai acontecer por que eu me ofereci... Talvez eu esteja fugindo do medo de outro homem tentar me estuprar e só não ter feito por que te ajudaram... Mas sim Lexie, é só frescura por que já faz anos.

Passei por ela e sai de casa batendo a porta com força, coloquei meus fones e caminhei até o ponto de ônibus segui até o centro da cidade onde ficava as galerias de arte e o museu, passaria o dia andando de um para o outro até meus pés doerem e talvez assim meu corpo cansar.

Olhei meu celular vendo a sétima chamada de Lexie em cinco horas, já tava começando a me irritar digitei uma mensagem.

'to viva, da um tempo'

Entrei em outra galeria, essa era menor, mas sempre tinha muita coisa linda em exposição, parei diante de um quadro que me fez lembrar da peça que a equipe do DeLuca apresentou, não sei por que, olhei por um tempo até sentir alguém para ao meu lado.

- tá perdida?

Não olhei para o lado, mas já sabia quem era.

- diria fugindo... E você? Tentando aborver algo bom além do cheiro do perfume daquela garota?

- você é tão venenosa - ele riu.

- vai dizer que gostou?

- depois de um tempo acostumei - DeLuca sorriu mais.

- percebi...

- tá fugindo do Alex? - ele perguntou de uma forma casual.

- Alex é um cara muito legal... E não, é da minha irmã, nos brigamos... O que faz aqui DeLuca?

- procurando um presente para os meus pais...

- esse me faz lembrar da peça que apresentou... - indiquei - um desastre - falei rindo - tô brincando - murmurei quando ele me olhou feio - o casal, a forma como se abraçam... Ele parece tentar proteger ela do mundo... Já a forma que a mão dela está pousada sobre o peito dele mostra que ela se sente amada e sem dúvidas protegida, me lembrou a cena final que eles dançam.

- nossa - DeLuca me olhava abismado - você capturou mesmo a essência.

- espero que tenha sorte na sua busca... Preciso ir, ainda tenho que pegar um ônibus para casa.

Ele não falou nada, caminhei para fora da galeria, andei em direção ao ponto de ônibus, eu acho que essa foi a conversa mais amena que tive com DeLuca, quando ele não me provocava até que era legal, coloquei novamente música para ouvir nos fones e fiquei pensando.

Música!

Eu amava música, acho que poucas pessoas não deveria ver que ela era um tipo de arte, observei os carros passando, a música que toca no som do carro de um pessoa fala muito sobre ela!

Sim!

As pessoas tem vergonha na sua maioria de mostrar seus gostos, por isso a música que toca no carro fala sobre quem é a pessoa, essa música e íntima demais, é aquela que se escuta sozinho, com os vidros fechados e te faz viajar entre um sinal e outro até seu destino.

Se tem uma coisa que mostra se uma pessoa é legal, essa é a música que toca no seu carro. Eu pensava muito sobre essas coisas, pensei muito sobre a música que tocava no carro do DeLuca, eu não lembro se tinha música, na verdade não lembro de muitas coisas daquele dia.
Que tipo de música será que ele escuta no som do carro? Por que eu tô pensando nisso? Por que isso importa? Ele foi legal comigo por cinco segundos, isso não fazia dele uma pessoa melhor, ainda era arrogante.

- ei - ouvi chamar, olhei para o carro e lá estava o DeLuca outra vez meio abaixado pra me olhar - entra.

- meu ônibus passa em uns vinte minutos.

- em vinte minutos vai tá quase em casa... Eu não vou te morder... Pode até começar a me entrevistar, ou seja lá o que vai fazer - ele fez uma careta.

- estamos de férias.

- Alex faria isso, não vou ficar implorando.

- ok - entrei no carro - vai usar...

- por que só não agradece... Você acha que tudo o que faço é pra te humilhar, mas não é.

- ok... - liguei o som dele - se importa?

- não - Andrew fez uma careta.

Música.

Guardei meus fones e ouvi a música dele, o gosto músical do DeLuca era bem melhor que o por garotas, poucas pessoas ouviam Elvis, recostei no banco e puxei o ar, segurei por um tempo depois soltei devagar.

- evoluiu no livro?

- tô com bloqueio... Já li e reli e não sei como fazer meu mocinho um cara menos feminino.

- posso dar uma olhada?

- pra rir de mim? Nem morta.

- perdi a aposta... Sou um homem de palavra... Se me deixar olhar posso falar meu ponto de vista e dizer por que ele parece ... Feminino.

- eu juro que...

- olha, você é chata pra caramba... - sua voz saiu baixa e rude - Sinceramente não sei o por que Alex te acha legal, mas ele acha... Mesmo depois de ter levado um fora e tendo feito ele ser seu amigo, você é arrogante e pretensiosa... O pior não sabe receber ajuda, nem quando tá morrendo doente, acha que tudo tem um interesse por trás, eu não quero nada de você - ele falou por fim.

- tudo tem um preço DeLuca... Me ensinaram isso - falei amarga ignorando o que ele falou sobre mim, já estava acostumada.

- nesse caso eu perdi a aposta... Vou pagar.

- certo, tem tempo agora?

- tenho - ele não sorriu, não mostrou nenhuma expressão de felicidade, voltei a ficar calada e ouvir a música dele.


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1 ponto pro Andrew!!!

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