Azul I

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CONSERVADOR

- E foi isso, mano - concluía Al - Aquela imbecil achou que eu ia ficar na aula dela depois daquilo.

Aquela altura, ele e Jeff já haviam se encontrado e estavam a caminho da casa do garoto de pele negra clara.

- Cara, e tu acha que ela vai fazer alguma coisa? - questionava o rapaz enquanto caminhavam.

- É claro que vai. Era tudo o que ela mais queria: Me pegar em flagrante.

- Certeza que ela não queria te pegar de outro jeito? - Jeff falou malicioso.

- Eca velho! Que nojo! Sai fora! - exclamou o outro.

- Imagina aquele maracujá de gaveta nu na tua cama dizendo 'Vem Al, vem pra vovó'.

- Para velho! Vou ter pesadelos!

Jeff riu da cara de desespero que o amigo fez. Seguiram conversando sobre coisas aleatórias até a casa do primeiro. A casa era de cor salmão, tinha dois andares e um quintal da frente que era basicamente um canteiro de plantas dos dois lados com uma escada que levava a porta no centro. Logo que entraram, Al se sentiu em casa. Tirou seus tênis e foi em direção à cozinha assaltar a geladeira da casa de Jeff.

- O que tem de bom nessa casa pra comer? - gritou para Jeff. O mais alto tinha ido ao seu quarto trocar de roupa.

- Tu tem dois olhos, guri! Te vira! - retrucou.

Al revirou os olhos e sorriu. Viu que havia torta de limão na geladeira. Não era sua preferida, mas na hora da fome (Mesmo tendo comido anteriormente, já tinha fome).

- Tu a recém saiu da mesa e já tá com fome? - Jeff questionou, quando apareceu na cozinha minutos depois. Usava uma calça forrada azul forte, uma camiseta branca por cima de um blusão de lã e um casaco. Andava de meias e chinelo pela casa.

- Na vida passada fui um avestruz - o menor ironizou, fazendo Jeff rir.

- Tu não toma jeito mesmo, né cara?

- E tu não aprendeu que andar de meias e chinelo é coisa de velho né?

- Babaca.

- Trouxa.

Jeff pegou um pratinho de sobremesa e serviu um pedaço de torta. Sentou-se do lado do amigo.

- Vi que na festa tu ficou com a Jaque né? Cara, mina 'mó' gostosa mano! - comentou.

- Ela tava muito na minha fazia tempo - Al contava - Só que ela é meio nojentinha pra certas coisas na hora 'H' sabe. Então não foi nada de outro mundo.

- Nojentinha? Como?

Al levantou a cabeça olhando se ninguém estava vindo para poder contar.

- Ninguém tá em casa, mané. Fala logo!

- Só por vier das duvidas.

Chegou perto do ouvido e cochichou algo que fez o garoto o olhar admirado.

- Sério que ela não curte isso?!

- Sério. Mas se tu quiser só uma coisa pra aliviar o stress, ela pode te ajudar - Sorriu malicioso.

- Cara, se é pra aliviar o stress eu bato uma. Se eu quero comer alguém, eu quero fazer a p*rra toda, entende?

- Sei lá. Por mim, f*da-se.

- E como tu descobriu que ela não curte fazer aquilo?

- Como tu acha? Pedi pra ela fazer e ela ia fazer com uma cara de nojo. Daí desisti e só fiz o que tinha que ser feito.

A Teoria Das CoresOnde histórias criam vida. Descubra agora