UNIÃO
Dizem que quando duas pessoas estão predestinadas a se conhecerem, nem quem conspira contra consegue interferir. O destino sabe muito bem como "organizar" com nossas vidas. Às vezes demora, mas nunca nada é feito ou acontece em vão. Tudo parece ser programado nos mínimos detalhes.
Quando Daniel conheceu Vanessa, por exemplo, fora em uma situação completamente inusitada: Seus fones de ouvido engataram na bolsa da garota e o fizeram andar uma quadra até que a garota percebesse o que ocorria (Ela também estava de fones de ouvido). Na ocasião, cada um foi para seu lado e a vida seguiu, porém não deu dois dias para a garota melecar o outro com sorvete enquanto andava distraído pelo centro de Nova Petrópolis. Foram juntos até a padaria dos tios do rapaz e Van fez questão de limpar como se deve, botando de molho e tudo. Aproveitando o ambiente, comeu um lanche qualquer ali e foi quando ambos engataram uma amizade, que viria mais tarde a ser um amor.
Daniel tinha a certeza que havia encontrado sua alma gêmea, e ainda tem apesar dos pesares. Mas ele não entende de destino. Ele não entendia que às vezes nosso coração nos engana. A vida trataria de lhe ensinar algumas lições valiosas...
No momento, ele estava a olhar fixamente a um ponto qualquer. O que faria agora? Sua mente tentava formular algo verossímil para contar aos tios do porque terá de faltar ao trabalho na tarde seguinte. O que mais lhe preocupava era isso, porque tinha certeza que Elis não teria como provar que ele colou. Se o tivesse, certamente já teria mostrado a supervisão e ele teria sido suspenso. Se ela o chamou, é porque quer uma confissão. Só podia ser isso.
— EI, DANIEL! Tá na terra? — Sabine chamou, na realidade, gritou por ele.
— Hã? O quê? — o rapaz voltou a si.
— Assim que a moça da secretaria saiu, tu ficou aí, vegetando. Estávamos quase te pondo dentro de um vaso.
— Tava tentando pensar em algo pra dizer para os meus tios. Eles não vão acreditar que vou estudar.
— Diz que vai vir aqui fazer um trabalho em grupo. Pronto. E em todo caso, tu não vai ficar sozinho aqui. Eu e o Jeferson estaremos contigo.
— Estaremos? — Jeff se intrometeu.
— Se tu não ficasse mandando cola pro Dan ao invés de mandá-lo estudar, isso não estaria acontecendo. E se existisse justiça nesse mundo, tu devia ter sido chamado também — alfinetou a loira.
— Estaremos — concordou, por fim.
— Valeu, gente — Dan agradecia a generosidade dos amigos — É tanta coisa pra eu pensar que me perco. Valeu mesmo.
— É pra isso que servem os amigos, né? — a menina surpreendeu dando, um abraço no garoto.
Jeff não deixou em vão e disse, sorrindo e sarcástico. Deixar uma brecha daquelas passar em brancas nuvens lhe parecia desperdício de oportunidade.
— É... Os amigos servem pra isso mesmo.
Sabine o encarou com um olhar fuzilante que o fez rir baixo. A fim de desviar o assunto, tratou de puxar outro completamente diferente.
— Borá jogar então pra animar? — convidou ela.
— O que esse povo tá jogando mesmo? – Jeff perguntou.
— Vôlei.
— Sou péssimo em vôlei. Toda vida o Erick bate com a bola na minha cara.
Os dois amigos riram. Dan, tal qual o amigo, viu a oportunidade e lhe alfinetou na maior cara de pau.
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A Teoria Das Cores
Teen FictionO que seria do verde se não fosse o amarelo? Essa clássica pergunta nos faz pensar em todas as coisas que mesmo diferentes nos unem. E será o diferente que irá unir a vida de Alisson e Daniel, rapazes problemáticos que de repente verão suas vidas ci...