VIOLÊNCIA
Quem nunca ajudou um(a) amigo(a) a ficar com aquela moça ou aquele rapaz que ele(a) tanto queria? Certamente foi uma experiência no mínimo curiosa. Muitas vezes temos que bancar os cupidos das relações alheias em nome de um bem maior chamado "Amor", que não se resume apenas aos envolvidos no "crush". Fazemos aquilo por amor ao nosso amigo ou amiga, porque queremos vê-los bem e felizes. Micael, por exemplo, ao unir Andreas e Ian em uma dança romântica teve um único propósito: Fazer o mais velho entre os primos feliz. Isso acarretou até mesmo consequências a ele próprio já que teve de dançar com Ágata. Não o fez com sacrifício. Justamente ao contrário – Adorou que o destino lhe deu oportunidade de conhecê-la.
Ambos dançavam ao som da balada de Madonna sorridentes um com o outro.
— Tu deve achar uma loucura o que eu fiz né? – Perguntou a moça.
— Sacanear um primo? Quem nunca né? – Respondeu rindo.
— Drê e Ian são as melhores pessoas cara. Sério. Adoro eles.
— Melhores pessoas e lindos também né? Cá entre nós.
— Ué, só eles é? – Mica se fez de ofendido.
— Claro que não seu bobo – Ágata sorria – Deve ser de família ser tão gato assim. Mas é que esse Andreas tem aquelas manchinhas marrons em contraste com a pele dele que... Nossa. Me arrepio toda.
— Não seja por isso. Arrumo tinta marrom e pincel e tu pinta umas bolinhas em mim, que tu acha?
Mais gargalhadas.
— É um galanteador né?
— Faz parte do meu charme natural – Passou a mão pelo topete loiro – As gatas se amarram.
— E os gatos? Rolam também?
— Rola uns caras querendo, mas não sou chegado no material sabe?
— Que milagre! Achava que a família toda era um arco íris.
— Na real já fiquei com um guri. Mas faz tempo já e foi bem rápido então...
— É, se já experimentou e não gostou então é hétero raiz mesmo – Brincou ela fazendo o outro rir.
— E a senhorita? É o quê?
— Pansexual.
— Igual o Ian né?
— Sim senhor.
— Então... Tu pega tudo?
— Aham.
— E eu? Pegaria? – Perguntou ao pé do ouvido da moça – Eu sei que tu e o Ian não tem nada tão sério assim. Dava pra gente se conhecer bem não acha.
— Talvez. Quem sabe né? – Respondeu encarando-o – Mas por enquanto não. Ainda temos o fim de semana inteiro. Talvez acabe rolando – Deixou no ar.
Mica não podia ter ficado mais feliz.
— Só diversão hein?
Ágata riu.
— Só diversão.
***
Em dezoito anos de existência, talvez Alisson nunca tivesse vivido tamanha sensação de nada como naquele dia. Sentia absolutamente nada. Só estava repousando em sua cama enquanto tomava um chá e ouvia o sermão da mãe.
— ISSO QUE DÁ COMER SÓ PORCARIA! AÍ PÕE ATÉ AS TRIPAS PRA FORA! – Berrava ela. Gil só encarava parado na porta – APOSTO COMO NÃO ANDA SE ALIMENTANDO DIREITO. CLARO, AÍ COME UMA COISA MAIS REFORÇADA CAÍ DE CAMA NÉ?!
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Teoria Das Cores
Fiksi RemajaO que seria do verde se não fosse o amarelo? Essa clássica pergunta nos faz pensar em todas as coisas que mesmo diferentes nos unem. E será o diferente que irá unir a vida de Alisson e Daniel, rapazes problemáticos que de repente verão suas vidas ci...