Azul II

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SIMPATIA

Você consegue se lembrar de como conheceu seu alguém especial? Num encontro, aplicativo, parque... Tantas e mais tantas alternativas podem ser levantadas... Há, também, casos de casais que, de tanto se odiarem, acabaram se amando, ou um achava que o outro não era nada e acabou sendo tudo. O amor desconhece certas formalidades, aparências, barreiras. O impossível é utópico

A única coisa que Alisson e tampouco Daniel esperavam é que o destino fosse os unir dessa maneira, digamos, peculiar. Uma trombada daquelas, num momento crítico, nem de longe seria o momento ideal para conhecer a pessoa com quem um coração vai partilhar momentos de muita alegria. Mas agora já havia acontecido. Nada se podia fazer, além de encarar estarrecido e tentar enteder como diabos Dan fizera aquela proeza.

Alisson se contorcia de dor, enquanto Daniel passava a mão na cabeça. De fato, ambos haviam se machucado de alguma forma. Maior ou menor, a dor era existente.

— Olha por onde anda, c*r*lho! – exclamou Al – Ai, velho, minhas bolas.

— Alisson! Olha o vocabulário! – advertiu Elis. No fundo, gargalhava alto com a cena patética a qual acabara de presenciar. .

— A culpa não é minha se colocam um balde bem na frente da porta! – o outro se defendeu.

— E pra se segurar tu me deixa quase pelado na frente dessa mulher ai?!

— Nem vi que era tua calça, imbecil!

— Retardado!

Já ciente da possível perda do controle da situação, Elis tratou de dar um basta definitivo. Mandou ambos ficarem quietos e aguardarem enquanto buscaria gelo para por na genitália de Alisson. Ambos, de muita má vontade, concordaram, enquanto esperavam sentados, longe um do outro.

A mulher mal deu as costas aos dois rapazes para começar a rir. Passou pelos amigos de Dan e Al, que não entendiam o que houvera. Viraram o corredor e encararam a porta da sala onde ambos estavam e nada. Entreolharam-se, e continuaram sentados, aflitos, esperando o fim da reunião.

***

O silêncio que permeava o ambiente era incomodativo. Al, numa carteira ao lado direito da sala gemendo baixo ainda pela dor enquanto acariciava se "amigo"; Dan, no esquerdo da sala pensativo. Não havia muito a ser dito, afinal, não se conheciam — ou, pelo menos, não haviam sido apresentados. Ficaram ali feito duas portas mudas em torno de uns dois minutos, quando Dan quebrou o silêncio.

— Foi mal aí — lamentou, coçando a nuca.

O outro fitou seus olhos. Al ficou incrédulo com aquilo. Uma situação completamente absurda acontece e a única reação foi um simples pedido de desculpas? Achou o fim da picada.

— Tu quase me deixa estéril e tudo que me diz é isso? — revidou.

Dan, lógico, não deixou por menos.

— Quer que eu chore feito uma guriazinha babaca e peça desculpas? Se toca, cara. Já fiz minha parte.

— Se tua parte era me deixar estéril, parabéns. Concluiu com sucesso — ironizou.

— Deixa de ser fresco, velho! Duvido que já não tenha te acontecido coisa pior.

— Existe coisa pior que um desconhecido batendo a cabeça nos meus ovos?!

Dan não aguentou. Começou a rir como uma verdadeira hiena, inclusive, chegando perto de perder o fôlego.

— Tá rindo do quê? – Al perguntou, indignado.

A Teoria Das CoresOnde histórias criam vida. Descubra agora