Lavanda I

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NOSTÁLGICO

— Bêbado? No meio do Labirinto?! – Dan questionou.

— Aham. Foi bem estranho ver ele daquele jeito – O primo mais velho comentou.

Sábado, manhã nublada. Finalmente o tão aguardado aniversário do primo Micael havia chegado. Devido à faculdade, Ian não pôde comentar com Dan sobre a manhã que tivera com Gil antes de ir trabalhar e em seguida estudar. Levou-o para a casa dele, o trocou de roupa colocando vestimentas do próprio e deixou-o descansar. Não perguntara e nem queria saber como o garoto ficou naquele estado.

Naquela manhã, colocavam as últimas coisas no carro de Isabel e Bruno, e estavam aguardando a chegada das moças que os acompanhariam na viagem.

— Pra alguém que quase trepou em cima do sofá da minha casa o que é ficar bêbado e dar pt, né? – Dan sussurrou para o primo mais velho que socou-lhe o braço – EI!

— Pra tu ficar esperto – Ian comentou, sorrindo – Falando sério, nunca imaginei o Gil assim.

— Ele não costuma beber?

— Nunca.

— Pra tudo tem uma primeira vez, né?

— Sei lá, velho, confesso que fiquei meio deprê com essa história na hora sabe? Tudo leva a crer que ele tomou um porre por minha causa.

— Lá vem o senhor "A vida de todo mundo gira em torno do meu umbigo".

— Mas foi ele quem falou isso.

— Com essas palavras?

— Não – admitiu – Mas ficou falando que me queria e tals... Então só pode ser isso.

— Olha, cara, no teu lugar eu estaria c*g*ndo pra isso.

— Aham – disse, sarcástico – Eu lembro de quando a Van e tu ficaram de c* doce um com o outro. Bem resolvido emocionalmente tu né?

— Eu e a Van tínhamos brigado, não terminado.

— Ah, sim. Claro. Eu lembro que tu tava bem a fim de continuar, né? Como é que era mesmo? "Eu não sei, ela já foi um guri e tinha um pênis blablabla"?

Dan ficou vermelho.

— Vamos voltar ao ponto da questão? – ordenou – Tu já terminou com esse guri. Não tem mais nada com ele. Se ele quiser se matar, problema é dele.

— Que isso, Dan? – Ian se surpreendeu com a fala do primo – Tu é demente é? Não ia deixar que o Gil fizesse uma idiotice dessas! Eu quero muito bem ele.

— Cara, se tu não tem mais nada com ele pra quê tu gasta neurônios com ele? É isso que eu não entendo.

— Porque tu é uma mula, Daniel. Sentimentos não são bem a tua praia, e olha que tu sente até demais às vezes.

— Tu tirou o dia pra me revidar, né?

— Não. Só tô dizendo que não é porque a gente não tem mais um lance que tenho que querer que o guri se mate.

— Eu falei no sentido figurado. C*r*lho, pra alguém tão canção de Armandinho, tu tá bem quadrado!

— Mas olha quem falando! Mais um pouco e vão te chamar de forma geométrica também.

— Meninos! Por favor! Não vamos brigar hoje, né? – Isabel interveio, indo com uma caixa em direção ao porta malas do carro onde os garotos estavam parados.

— É o Ian que acordou azedo, mãe – Dan mexeu.

— É o meu primo que acordou fazendo cosplay de "It, a coisa", tia –foi a réplica.

A Teoria Das CoresOnde histórias criam vida. Descubra agora