Lilás II

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INFLUÊNCIAS DE HUMOR

— Como que tu tem coragem de me perguntar uma coisa dessas, Mandy?! — Al não conseguia acreditar do que ouvira da garota.

De uma hora para outra, foi como se o rapaz sentisse o teto cair sob sua cabeça. Uma suspeita daquelas abalava tudo o que acreditava. A certeza de seu desejo por mulheres nunca fora sequer questionado, nem na pior das encrencas em que se meteu. Como sua amiga podia cogitar tal insensatez?

— Não tenta enrolar, Alisson. Seja homem e encara essa situação! — Impôs, sem medo da reação.

— Acontece que não tem situação nenhuma aqui, c*r*lho!

— Ah não é? Tem um guri que tu mal conhece nú em cima da tua cama e não tem situação nenhuma? Tá me dizendo que faz isso com frequência?

— Para de distorcer as coisas! Que inferno!

— E tu para de querer fugir do assunto! — Revidou.

Percebendo o quão inútil seria ficar enrolando a resposta, preferiu ir direto ao ponto. Não tinha o que esconder, portanto fugir só lhe traria problemas maiores dos que os existentes.

— O que tu quer de mim, Amanda?

— Que tu responda como se sente sabendo que pode ter feito sexo com um guri — De

braços cruzados, a menina encarava Al com o olhar investigativo. Mal piscava, só para deixá-lo ainda mais desestabilizado.

— EU NÃO FIZ P*RRA DE SEXO COM GURI, C*R*LHO! — Exaltou-se.

— Grita mais alto pra vizinhança ouvir — Foi sarcástica.

— Mas eu não fiz mesmo!

— Ninguém tá afirmando nada. Tu que tá deduzindo.

Um ponto para Mandy. Não podia negar que as circunstâncias estavam mais contra ele do que a seu favor.

—Tá. Se tu quer saber eu me sentiria enojado CASO eu tivesse feito.

—Por quê?

— Como assim? — Surpreendeu-se com a reação da amiga — Não gosto de macho. É óbvio que me sentiria estranho.

— Então o que acha que aconteceu aqui?

— Sei lá! — Al tentava processar qualquer coisa que fizesse sentido, tanto pra ele quanto para a garota a sua frente — O Gil bebeu demais e vomitou na roupa. Ai teve que tirar ela e apagou do meu lado. Foi isso.

— Então alguma alma bondosa limpou o vômito da roupa dele. Porque to vendo ela ali em cima da sua cadeira e não parece ter vestígios de nada.

— Se não vai me ajudar, faz o favor de não atrapalhar, Amanda — Depois, averiguando melhor os possíveis ângulos, só pôde concluir que — Se eu fiz, foi pensando em alguma mina – Al pensou alto.

Tal reação não podia ser surpresa maior. Amanda ficou pasma. Estaria o amigo finalmente encarando as coisas de frente?

— Ah, então já tá considerando a hipótese?

— Óbvio que não — Desconversou após a ligeira pressão — Minha cabeça não lembra de nada depois que eu subi...

A garota averiguava o local em busca de alguma coisa que desmentisse a hipótese que aquela situação demonstrava. Por um breve momento se sentiu uma legítima investigadora de seriados americanos.

Claro quem, inevitavelmente, não conseguiu ignorar o corpo de Gil, nú e exposto a sua frente. O rapaz tinha o corpo magro, porém levemente definido. As coxas eram um pouco grossas, e o pênis... Pensava na sorte que Alisson teve, caso a noite fosse verdadeira — e tudo apontava que sim. Suas longas encaradas não passaram despercebidas ao olhar atento do amigo.

A Teoria Das CoresOnde histórias criam vida. Descubra agora