Preto I

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MEDO

A noite é uma criança. Essa era a única frase que Al conseguia pensar desde que os amigos que convidou chegaram a sua casa. Estavam presentes Adrian, Amanda, Jeff, Cris (A namorada de Jeff) e Gil. Achou que estava de bom tamanho. Sabia que se desse uma festa como manda o figurino sua mãe ficaria sabendo pelas vizinhas, que mais pareciam um sistema de vigilância medieval em sua opinião.

Quando chegaram, os meninos foram direto para o videogame. Foi inevitável para Al se lembrar da tarde na casa de Jeff. Tinha sido uma tarde estranha à beça. Aquela aposta ridícula, a maneira insistente como o outro queria que a pagasse o fizeram desconfiar das verdadeiras intenções do amigo. Mas ao que parecia tudo havia ficado no passado. Ele e Jeff contra Adrian e Gil era o presente no jogo.

— Por que não estou surpresa de termos ficado de fora? — Mandy disse irônica.

— Nem me fale. Se fosse pra te ver jogar Jeferson, fazia isso na sua casa — Cris reclamou.

— Relaxa, gata. Assim que os noobs do Adrian e do Gil perderem eles vão passar os controles pra vocês – Argumentou o namorado, sem tirar o olho da tela.

A cônjuge revirou os olhos.

— E depois EU é que fico desperdiçando tempo ao invés de cumprir as obrigações de um relacionamento né?! – Não estava nada feliz com a situação.

Como para bom entendedor meia palavra basta, Al conversou com os garotos, que concordaram que essa não seria a noite do videogame. Desligado o mesmo e foi decidido colocarem pizzas congeladas para cozinhar e tomar cerveja - vendida em garrafas de coloração azul. Demorou cerca de meia hora para a comida cozinhar. Durante esse tempo, o quinteto foi tomando às bebidas trazidas por Adrian, enquanto riam e se divertiam.

Quando, às 23:55 as pizzas ficaram prontas de fato, foi Al quem as retirou do forno. Acabou se queimando levemente, pois graças ao álcool, esqueceu-se de pegar luvas de cozinha.Começaram a devorá-las pedaço por pedaço, enquanto jogavam conversa fora e riam de várias situações inusitadas que viveram. As meninas outrora chateadas, agora já estavam envolvidas e sorridentes.

— Ai, cara — Falava Adrian — Vocês me matam.

— Nem fale! Nunca vou superar o fato de um avestruz ter roubado teu boné no zoo, Al — Mandy ria ao falar.

— Vocês riem porque não foi com vocês né?! — Exclamou o próprio.

— C*r*lho. Mal conheço vocês e já conheço até a cor das cuecas e calcinhas de todo mundo — Zoou Gil.

— Falando nisso – Cris sorriu, maliciosa — O que acham de um jogo da garrafa clichê?

— Sem mais mulher na parada? Nem vem — Al contestou — Tinha que ser algo justo pra todos.

— Como tu é infantil, Alisson. Qual é! É apenas um jogo!

— Eu não vou participar. Tô até vendo os guris se beijando e comigo isso não rola.

— Tudo bem então — Adrian se intrometeu — Maricas.

— Por quê? Por que eu não quero macho colocando a língua na minha boca?

— De onde tu tirou que tem que ser de língua?

— É certo que um de vocês vai pedir que seja de língua.

— Se o caso é esse, Al, colocamos sem beijo de língua – Mandy propôs.

— Tu vai apoiar teu namorado beijando outras bocas?!

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