Laranja I

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ENERGIA

— Eu ainda acho que tá faltando alguma coisa naquela parede ali — Comentou Laís, a professora de Educação Artística.

— 'Sora, não leva a mal não, mas essa parede aí já está entupida de coisa! Olha só mano, a quantidade de coisa que tem! — exclamava Dan.

Ele, Sabine, Jeff e Adrian ajudavam a professora a achar pontos que não houvessem sido decorados. Contudo, o local já estava bem enfeitado, nem necessidade de mais.

— Desculpem, guris — dizia ela, com um brilho no olhar — É que é o primeiro ano em que convencemos a diretoria e o conselho a fazer uma festa de dias dos namorados. Então, tô bastante ansiosa.

— Relaxa, 'sora — tranquilizava Sabine — Tenho certeza que essa festa vai bombar.

A mulher sorriu em retribuição.

— Bem, pessoal, acho que o ginásio já foi bem decorado. Os corredores, como estão?

— Achei que o pessoal do 3A tava cuidando disso, não? — perguntou Adrian.

— Sim, mas na verdade os dois terceiros anos são responsáveis pela decoração. Então passeiem pelos corredores e ajudem eles.

— Ah! Fala sério! A manhã toda vai ser isso? — lamentou Dan — Mas olha o tanto de coisas que já fizemos!

— Se tu acha por uma faixa no lugar e meia dúzia de enfeites numa parede muita coisa, imagina o que não é então, né? — rebateu Sabine.

O rapaz revirou os olhos.

— Vamos logo com isso — aceitou, por fim

— Cadê o Jeferson? — questionou a loira.

— Tá ali perto do roteador do ginásio — respondeu Adrian.

— 'Pera que eu vou chamar ele — afirmou Dan indo em direção ao garoto.

Enquanto caminhava, se pegava observando a decoração que os alunos estavam concluindo, já que havia muito a ser feito em pouco tempo e todos queriam que a festa fosse proveitosa e memorável. Não pôde deixar de lembrar-se de Vanessa e de como queria que ela fosse consigo ao baile. Lembrava-se dos planos que tinha feito, de quantas vezes brincaram juntos como duas crianças no famoso labirinto verde, da tarde que passaram comendo brigadeiro de panela... Lembranças, que nem seu ódio pelos fatos que sucederam tudo isso conseguiriam esquecer.

- Vamos lá que temos coisas pra fazer ainda, Jeff — falou, dispersando de seus pensamentos.

— Ah tá. Deixa só enviar a mensagem aqui.

— Que mensagem?

— Acho que foi muita burrice brigar com o cara aquele que tu viu. Tô mandando mensagem pra ver se ele quer trocar uma ideia.

— Hum. Faz isso. Conhecendo ele, quais as chances dele aceitar conversar?

— Sinceramente, não sei — Jeff falou, sincero — Não sei o que deu em mim aquela tarde...

— Que tarde? — Dan começou a estranhar aquele comportamento.

— Hãn? Como assim? — Jeff tentou desconversar — Pronto. Enviou. 'Bora?

Dan o segurou pelo braço.

— Jeff, não me enrola. Como assim "Não sei o que deu em mim aquela tarde"?

— Não sei do que tu tá falando, meu.

— Cara, se tu não me contar eu vou começar a achar que tu e ele—

A Teoria Das CoresOnde histórias criam vida. Descubra agora